Perguntou-me
numa noite escura
como estampar no rosto
anúncio de novo poema.
Queria encobrir cicatrizes
com molde da alegria.
Nos últimos tempos
seu pranto emoldura
quadros de insônia.
Certa manhã
de quase final de inverno
conta-me, com olhar suspenso,
que suas pálpebras se recusaram
a cruzar a porta do abismo.
Pergunta-me
sobre cores para enfeitar
sonhos sombrios
como romper muralhas
e habitar estrelas.
Recusa-se a trilhar rumos insanos
Deseja dissolver-se em gotas
nutrir campo de ramos secos.
Perguntou-me
onde encontrar palavras
que dissipem as trevas
Dentre o breu e o lume
que o vento agora desenha
ocorreu-me vaga certeza
vinda da página amarelada
de antigos saberes
Sem mais tempo a perder
seguimos juntos em busca
do fogo lendário.
Veja.
Sua poesia faz sonhar
Que beleza de poema, Lourdes. Triste e belíssimo, mas antigos saberes traçam um caminho. Sempre uma busca. Veja.
Lourdes, belo poema, tempos sombrios mas sempre haverá esse Fogo. Que alento.
Obrigada
Lá no fundo a esperança…
Lourdes, seus poemas e textos são pontos de reflexão que nos ajudam a achar caminhos melhores para a nossa caminhada por esta vida breve. Parabéns!
Como sair das trevas , em direção à luz?
Nossa busca incessante, solidão, mão amiga, sábios conselhos, existe o fogo sagrado, somos cavaleiros que acreditam no bem! Lourdes, Obrigada por mostrar o que não estávamos vendo!
Lourdes, poesia que nos faz refletir sobre a beleza e a urgência da vida. Seguir sempre abrindo caminhos! Parabéns, gostei muito!!!
A poesia é um desses caminhos que se “recusaram a cruzar a porta do abismo”. Palavras como as suas, Lourdes, são luzes balizadoras. Sigamos.