És mistério/Prazer/Caminho de Luz/
És afeto/Abraço/Sangue pulsante/
És neblina/Sonho/Majestade
#autoraconvidada
Tita Ancona Lopez e O Caracol
Gostava de enrolar-se em si mesma, abraçando as pernas, encolhendo os músculos, enrolando o corpo, feito caracol. A cada voltinha perguntava-se se estaria ficando pequena o bastante, redonda o bastante. Quando criança vira uma minhoca enrolada assim feito caracol, tal qual morta, durinha, podendo ser girada como se fosse uma moeda.
Continuar lendoRÉPTEIS NÃO VOAM, certo?
por Luciano de Castro
Rasteja! | Aceita tua condição de réptil | Eu sei dos teus assomos de querer voar | Sei dos deslocamentos velozes quando teus dedos lestos apenas tocam o chão |São até nobres, mas inúteis, pois logo tu te cansas e te deténs e voltas a rastejar
Voltas a raspar tua barriga branca na terra marrom e áspera. Rasteja!
Bilhete a um amigo, de Silvia Ancona Lopez
Recebi seu último livro e quero lhe contar que poesia eu não leio. Saboreio. Saboreio devagar e de uma forma totalmente diferente das minha outras leituras.
Continuar lendoA cidade em movimento e a casa ameaçada de Leonardo Quindere
Naquela rua não reconheci mais nada, todo o quarteirão demolido, só restava uma casa, no meio, solta. Fazia anos que eu não passava por ali.
Continuar lendoVeracidade, poema-ciranda de Eliane Accioly
vera amou joão e joão entrou em sua vida e vera mentiu omitiu baniu joão e naquele amor naquele joão entrado vera não via que
Continuar lendo#autorconvidado
O trem, de João Luiz Muzinatti
Lembro-me de que, desde muito jovem, costumava observar o trem surgindo a distância. Na cidadezinha onde vivia, havia uma visão privilegiada. Ao longe, avistava a composição gigantesca apontando no vão formado entre a vasta vegetação e uma longa montanha. E meu mundo parecia parar.
Continuar lendoLiliana Wahba e os chips de memórias destruídas
Esvaziada, contempla o que restou dos disquetes. Afasta e aproxima o olhar, a luminosidade incide neles irradiando a forma que adquiriram. Pequena escultura nascida ao acaso: uma borboleta metálica reluzente.
Continuar lendoQuestões pontuais
Carlos de Castro às voltas com o ponto e vírgula
Corre um dia qualquer do pós-futuro. Ainda existem porões, não mais subterrâneos, úmidos e escuros, próprios para a guarda de bons vinhos. Agora são metaporões, protegidos do acesso indevido – especialmente de humanos – por velhos e potentes cadeados de blockchains. Abrigar, “envelhecer” boas ideias, eis um dos usos mais nobres dos metaporões modernos
Continuar lendoOBITUÁRIO USUAL,
exercício com câmera por Luciano de Castro
Encontraram uma mulher morta/
Na esquina da rua 5 com Avenida Goiás/
Era uma moça morena, bonita e estava grávida
Nossos velhos. Nós, velhos. E o meu pescoço,
por Regina Valadares
E de repente, eu pensei isso tudo. Pensei por pensar, porque penso muito e gosto de pensar. É o meu programa favorito. Se não fizer sentido, não ligue. São só pensares
Continuar lendoFuga em massa, por Celine Hallak
Redes sociais em modo beleza/Sorrisos rasgados, paisagens idílicas/Amores perfeitos, amizades eternas/ Constante a fuga a todo vapor/Belas e belos transbordam vitalidade/
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