Vou pro Word em busca do texto e qual não é minha surpresa ao deparar com todo meu arquivo em branco. Começa a busca frenética, a cabeça a mil tentando lembrar onde poderia estar. Tento de várias formas, buscando pela palavra central, ou pela última, nada. Volto pros backups, tudo ok e nada no Word. Tento outro texto mais recente. Zero! As pastas vazias!
Continuar lendo#sextadepoesia
PRECE, UMA MAIS,
por Luciano de Castro
Senhor/dai-me um pé carregado
de esperanças maduras/dai-me o caminho da casa de minha vó/dai-me o pedaço de inocência que esqueci lá em Minas/dai-me um verso de Adélia Prado pra eu me aconchegar e chorar
#autoraconvidada
Luciana Assunção, em Psicoanálise
Poderia fazer uma coleção interminável de canecas e xícaras. /
Descobri que não gosto de quadros sem título./
O minimalismo não me afeta./
Prefiro os paradoxos da arquitetura bruta/ brocada de pensamento barroco.
A mixirica,
por Silvia Ancona Lopez
Em uma tarde preguiçosa decidi comer uma mixirica. Ou mexerica? Não importa! Comecei a descascá-la e me percebi admirando sua cor, seu brilho, a organização dos gomos e a facilidade para tirar sua casca. Pensei: é um belo design, teria sido criado por Deus?
Continuar lendoAs melhores histórias de detetives,
por Leo Forte
…esse tipo de história nasce nos Estados Unidos, pouco depois da Primeira Grande Guerra, quando revistas pulp, como eram chamadas as publicações baratas e sensacionalistas, impressas em papel amarelado, começaram a dar chance para autores que quisessem publicar histórias violentas, mas cheias de humor, que escondiam, sob tramas aparentemente despretensiosas, críticas contundentes à sociedade americana.
Continuar lendoEra uma vez…
por Bettina Lenci
A sabedoria dos velhos chega não porque eles são mais experientes. Ela aterriza porque estão mais cansados.
Não cansados da vida, cansados de aprender sobre ela.
Trespasse,
por Sylvia Loeb
Às 12:20 a luz do sol bate inclemente, fazendo com que a sombra flutue deslocada do corpo, que se move com hesitação. A ilusão da luz faz acreditar que são quatro as pernas, em vez das duas, delgadas, que tentam escalar a parede lisa. Ela tenta e cai, tenta e cai…
Continuar lendoDúvidas poéticas,
de Eder Quintão
Poesia é o que só os poetas sentem/ Ou o que eles sentem é só ela?/Poesia é o que o poeta lembra/Ou o que do poeta se lembra?/Poesia é voz de poeta/Ou poeta é voz dela?/Poesia é chorar a perda/Ou perder-se a chorar?/Poesia é mar de lágrimas sentidas/Ou lágrimas sentidas ao mar?
Continuar lendo#memórias
Adeus, amor
de Sergio Niskier, nosso escritor convidado do mês
Você fechou os olhos há pouco mais de duas horas, e, segundo meus amigos rabinos, sua alma está por aqui, começando a caminhada para o Gan Éden. Todos já se foram, e rapidamente. Agora, totalmente só, encontro apenas você para me fazer companhia.
Continuar lendo#boasleituras
Carpas na banheira (de Loeb)
por Sergio Zlotnic
Com incrível facilidade a autora se cola na pele de outras pessoas (gente que ela vai buscar sabe deus onde). E absorve, canibal, as suas gramáticas estrangeiras. Às vezes, nos melhores casos, a autora desaparece (sem deixar vestígios!). Fica somente o personagem, ali, sozinho, errante, no meio da página.
Continuar lendoPablo Neruda e o corrupião goiano
crônica de Luciano de Castro
A conexão de Neruda com Goiás seria sacramentada por algo ainda mais forte, um presente vivo e emplumado que recebera de uma escritora goiana: um vistoso corrupião. De toda a avifauna brasileira, o corrupião ou sofrê é uma das espécies mais interessantes, tanto pela belíssima plumagem como pelo canto melodioso, mas também pelo comportamento.
Continuar lendoMag, Ines e Ana, conhece essa marchinha?
Leia Quando o carnaval chegar,
de Carlos Schlesinger
Na primeira infância, as marchinhas do passado, as meninas vestidas de bailarina, com purpurina no rosto. Um cheiro de lança-perfume no ar, as bisnagas douradas Rodouro, então consideradas inofensivas, as serpentinas multicoloridas, as bandas mambembe do clube tocando Mulata Bossa Nova
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