Perguntou-me
numa noite escura como estampar no rosto anúncio de novo poema. Queria encobrir cicatrizes com molde da alegria. […]
ÚLTIMO ANÚNCIO,
A QUARESMEIRA,
de Luciano de Castro
No pragmatismo da urbe, não cabe ter dó de planta, sentimentalismo banal
Na sociedade moderna, mobilidade é tudo e uma placa de trânsito é fundamental […]
Os ossos,
por Luciano de Castro
Osso de latifundiário, osso de posseiro, osso de beata, osso de meretriz
Tudo vira a mesma matéria: dura, inerte, calcárea
Tudo vira o mesmo despojo
Terra e Tear,
por Eliane Accioly
Reunidas no tear/mulheres tecem/
fios e ciclos/
de um tempo lunar
Nova sinfonia,
por Lourdes Gutierres
Vago tempo
Do eterno outono
brota anseio de renovação
Escalando,
por Eder Quintão
Ao ouvir
DÓ vibrei
E confiei
Meu cavalo não falava inglês,
por Luciano de Castro
Eu não tinha princesa
Não tinha bodoque
Não tinha pião
Mas tinha um cavalo e isso me bastava
Engrenagem,
por Lourdes Gutierres
As horas passam rangendo
Deixam atrás de si
ruído da engrenagem
Morte do gato,
por Eliane Accioly
Enquanto o gato que me habitava morria,
(sete vidas espertas e bem vividas agora moribundas)
um espelho explode um planeta,