Recebi seu último livro e quero lhe contar que poesia eu não leio. Saboreio. Saboreio devagar e de uma forma totalmente diferente das minha outras leituras.
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Recebi seu último livro e quero lhe contar que poesia eu não leio. Saboreio. Saboreio devagar e de uma forma totalmente diferente das minha outras leituras.
Continuar lendoA pipa deixei junto à luminária do teto; era no céu do morro do gado que o colorido dela relampejava naquelas nossas tardes de domingo.
Do tempo que nos deixou, guardei seus traços. O rosto de contornos variados, ora redondo, ora oval. Bigode usava sempre, barba às vezes.
Continuar lendoNaquela rua não reconheci mais nada, todo o quarteirão demolido, só restava uma casa, no meio, solta. Fazia anos que eu não passava por ali.
Continuar lendoO menino se fazia, às vezes, de telefonista da casa, no nicho existente no longo corredor. Ali, uma mesa aramada, com tampo de fórmica azul imitando mármore, sustentava o aparelho telefônico. Embaixo, duas prateleiras organizando os três catálogos telefônicos da CTB, Companhia Telefônica Brasileira.
Continuar lendovera amou joão e joão entrou em sua vida e vera mentiu omitiu baniu joão e naquele amor naquele joão entrado vera não via que
Continuar lendoMas as orelhas…. As orelhas? A evolução produziu-as simples, circulares ou alongadas, sempre côncavas, singelas como as linhas da arquitetura moderna, curvas de Oscar Niemeyer…Fomos esquecidos nesse ponto no processo evolutivo. Apresenta-se em nós exuberante em geometria excessiva, redundante em suas circunvoluções.
Continuar lendoLembro-me de que, desde muito jovem, costumava observar o trem surgindo a distância. Na cidadezinha onde vivia, havia uma visão privilegiada. Ao longe, avistava a composição gigantesca apontando no vão formado entre a vasta vegetação e uma longa montanha. E meu mundo parecia parar.
Continuar lendoTempestade de areia, embaçamento da visão, são os tempos em que estamos vivendo. Sonâmbulos atrás de um entorpecente que nos redima da falta de consciência de nos posicionarmos com lucidez.
Continuar lendoEsvaziada, contempla o que restou dos disquetes. Afasta e aproxima o olhar, a luminosidade incide neles irradiando a forma que adquiriram. Pequena escultura nascida ao acaso: uma borboleta metálica reluzente.
Continuar lendoCorre um dia qualquer do pós-futuro. Ainda existem porões, não mais subterrâneos, úmidos e escuros, próprios para a guarda de bons vinhos. Agora são metaporões, protegidos do acesso indevido – especialmente de humanos – por velhos e potentes cadeados de blockchains. Abrigar, “envelhecer” boas ideias, eis um dos usos mais nobres dos metaporões modernos
Continuar lendoEncontraram uma mulher morta/
Na esquina da rua 5 com Avenida Goiás/
Era uma moça morena, bonita e estava grávida
E de repente, eu pensei isso tudo. Pensei por pensar, porque penso muito e gosto de pensar. É o meu programa favorito. Se não fizer sentido, não ligue. São só pensares
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