Clube dos Escritores 50+ Carlos de Castro Coisinha eletrica?Imagem gerada por AI

#histórias para contar para os netos
COISINHA ELÉTRICO, por Carlos de Castro

Era um tempo em que tinha mais mato, mais florestas, onde moravam muitos bichos. Tinha até bicho que os homens nem conheciam. É verdade! Era um tempo em que nem todos haviam sido inventados. Alguns bichos estavam em fase de experiência. É, e quando os bichos estão sendo inventados é muito importante que eles arrumem algum jeito para se defender. Uns podem virar uma bola, como o tatu, e também o pequeno tatu-bolinha. Outros tem casco duro como a dona tartaruga.

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Um dia, crônica de Bettina Lenci

O céu violentado de cinza esparramou-se nos meus pulmões, as partículas de violência alojaram-se na garganta e a respiração tornou-se curta. Sim, claro, em uníssono, a razão deste efeito devastador nos terráqueos é divulgada e aceita como suficiente: ninguém se mexe para impedir a queima das florestas! Eu não avisei? Dizem, após a exclamação. Mas por mais que esteja inclinada a colocar minha colher nesse caldo grosso de fuligem, não é este o assunto de hoje, tampouco a sustentabilidade do planeta, nem as ameaças de fim do mundo e menos ainda assumir como humana que a culpa é só minha!

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Clube dos Escritores 50+ Lilian Kogan Rosh Hashaná

EU NÃO CONSIGO, por Lilian Kogan

Queria falar sobre o novo ano que se inicia para nós judeus. Procuro dentro de mim fagulhas de esperança para traduzir tudo que carrego na minha genética espiritual. Mas não consigo honrar em mim o júbilo do legado dos meus antepassados porque só encontro dor no lugar que deveria ser de comemoração. Meus olhos querem ver a beleza da tradição do meu povo, que fez da dor um percurso de resistência e resiliência. Mas meu povo sofre e, ao contrário do que muitos imaginam, queremos viver em paz. Paz com os vizinhos do mundo todo. Há humanistas de peso entre nós. Em Israel, conheci alguns que tocaram meu coração para sempre.

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Clube dos Escritores 50+ Adília Belotti Odingás imagem gerada por AI

#histórias para contar para os netos
Os Odingás, por Adília Belotti

Os Odingás eram o casal mais velho da tribo. Na verdade, ninguém nunca, nem nas tribos vizinhas, tinha ouvido falar de gente tão velha! Eram tão velhos que as pessoas não sabiam mais quando tinham nascido, só eles lembravam de si mesmos! Nunca tiveram filhos. No início, ficaram muito tristes. Os Odingás amavam as crianças tanto quanto amavam ser adultos para poder cuidar das crianças.

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Clube dos Escritores 50+ Leo Forte

Correto…incorreto, por Leo Forte

Minha mãe, ops! desculpem, mamãe não admitia que eu e meu irmão, a chamássemos de outra forma que não mamãe. Casou-se muito jovem com 16 anos, aos 18 já tinha os dois filhos com diferença de apenas 20 meses. Jovem, bonita e muito vaidosa, acho que não queria que os filhos crescessem para não sentir o envelhecer. Filha de fazendeiros das antigas tinha o hábito de mandar e nunca admitir erros

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Clube dos Escritores 50+ Eder Quintão Corvos

Relato de um corvo, por Eder Quintão

Um amigo meu, professor de biologia, me assegura que entende tudo da
língua dos pássaros, como por exemplo a dos corvos, animais muito
inteligentes e loquazes. Assumo que tenha me contado a verdade pois é um
bom cientista e ateu, e não acredita em disco voador de outro planeta. Contou
que ouviu essa conversa de um corvo da floresta com um corvo conterrâneo
que nunca saíra dela, mas que desejava muito conhecer como vivem os seres
bípedes nas cidades

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Clube dos Escritores 50+ Carlos de Castro Jovens no Centro de Sâo Paulo

Jovens no Centro, por Carlos de Castro

“Alguma coisa acontece no meu coração”…sim, para quem chegou agora, existiam encantos no Centro de São Paulo: as grandes lojas, o comércio diversificado e especializado, as livrarias, as lojas de discos e de equipamentos de som. Tudo isso atraía nossa curiosidade, mas havia dois pontos que se destacaram na nossa vida dos jovens universitários: os chopps e as meninas.

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Clube dos Escritores 50+ Lourdes Gutierres Silêncio

Onde se fez o silêncio, por Lourdes Gutierres

Ela parece dormir, mas os dedos das mãos se movimentam de forma ritmada. Observo que nela mudanças ocorrem de maneira rápida. Há pouco tempo, apoiada em meu braço, caminhávamos até o jardim da casa. Por lá, canteiros coloridos: rosas, azaleias; de repente, aparecia algum beija-flor se nutrindo no hibisco – olhe, olhe, que lindo! Breve encantamento, logo sumia sem deixar rastros.

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