Nenhuma cortina consegue mais esconder tais moléstias das sociedades. Algumas fênix renasceram de crateras de bombas como Alemanha, Japão, Itália, Espanha. Sepultaram-se apartheid e colonialismo na África e Ásia. URSS e China mudaram rumos aderindo ao capitalismo, individual a primeira, de estado a segunda. Não há infelicidade eterna; mudarão Coreia e Cuba, questão de tempo. Felizes os que vivem esse tempo de mudanças. Quando chegará o nosso?
Continuar lendomanhã, amanhã, sonho,
conto-poema musicado de Leo Forte
Manhê, manhêêê?/Que é filho, você não tá dormindo? Dorme, é tarde./Manhê, manhã é hoje?/Não, amanhã é amanhã./
Continuar lendoMARCA DE INFÂNCIA,
de Lourdes Gutierres
O inverno chegou, fazia muito frio quando o nono começou a tossir; com febre alta teve de ficar de cama, não podia mais ir à varanda. Na hora do remédio, entrei com Gina no quarto dele. Na parede, em cima da cama […]
Continuar lendo#poemaemprosa
Valsa de Rimas Inconstantes
de Luciano de Castro
Por vezes me pego meio assim-assim. Não querer falar, nem ler o pasquim. Não quero escutar nem Gabi Melim. Não quer cheirar nem flor de jasmim. Chego a renunciar uma mesa de bar na Gal San Martín.
Continuar lendouma foto de balanço, reminiscências,
ausências, por Liliana Wahba
Um pneu balançando em uma corda; /rajadas ao fundo /no tempo que corre em dimensões fugazes e perdidas.
Continuar lendoO filho hackeado, crônica sobre golpes e… coisas de mãe, por Lilian Kogan, estreando no Clube dos Escritores 50+
Recebo o já batido golpe do WhatsApp: oi, tudo bem? Anota meu número novo, o outro vou deixar só pra trabalho, tá bom? […]
Continuar lendocicatriz e a carapaça áspera, por Lourdes Gutierres
Vestida de cicatriz ensimesmou-se/Trancada em armadura virou incógnita/Sua carapaça áspera teima teima e teima avermelhar-se/Na aparência dura a doçura oculta da seiva […]
Continuar lendoa Lógica de Penélope, segundo Paulo Akira
Embora Penélope desfizesse seu trabalho com muito cuidado e oculta aos olhares incômodos, eu percebia a lentidão com que se encaminhava o término de sua promessa. Os fios em determinados segmentos da tapeçaria en-contravam-se, às vezes, repostos em outros lugares da peça, de tal forma que aquilo me pareceu um cruel ardil feminino […]
Continuar lendoBettina Lenci, Pablo Neruda
e a residência da memória
O jornalista tropeça em uma das calçadas de pedra descuidadas; bate o nariz no vidro de um carro e sangra muito. O acontecido o faz refletir — não sobre calçadas — mas sobre o regime de terror de Pinochet e as mortes sem túmulos de pedra. […]
Continuar lendoCOMPARTIMENTOS,
poema de Luciano Alberto de Castro
Não saberia dizer, num ato, quem sou eu/E acho que nem existe, de fato, esse eu entidade única/Em mim, por exemplo, há vários deles, coexistindo desarmonicamente[…]
Continuar lendoCarlos de Castro no mesmo barco
Nós e a fantasia dos barcos, dos cais, do ir e voltar, das despedidas, do partir […}
Continuar lendoEder Quintão às voltas com o temível…alemão
Disse ao doutor na consulta/Minha memória é perfeita/Lembro-me da infância inteira/Talvez menos da vida adulta/Reconheço, nomes esqueço/
Por serem tão complicados/Os desses netos endiabrados/E dos vizinhos mal educados/Verdade, não sei o dia de hoje/Porém, é porque não li o jornal/Mas doutor não me leve a mal/Amanhã não será dia igual.[…]