A origem do pesadelo está/
bem no centro do fundo do mar,/
onde mora um homem muito grande,/
a ponto de precisar se encolher/
para ali ficar.

A origem do pesadelo está/
bem no centro do fundo do mar,/
onde mora um homem muito grande,/
a ponto de precisar se encolher/
para ali ficar.
Volto ao conteúdo das minhas recorrentes reflexões sobre o Tempo “que passa.” Que ele passa, passa mesmo, mas o coloco entre aspas porque no passar do tempo o mais comum é ouvir não só como passa rápido mas como aceitar, em tempo real, no corpo, o fenômeno da finitude Na verdade, sua percepção aguda nos atravessa enquanto temos a certeza de que existimos. Aceitá-lo como passageiro equivale a aceitar a nossa existência neste mundo.
Continuar lendoO capitão /Se foi /Embora tarde /E se foi um /Por quê /Não vai /Mais um /Indo com ele /Os demais /E não reste /Nenhum mais /Para traz?
Continuar lendoNão fica perto que ela é louca, falou uma colega que passou do meu lado. Eu continuei ali tentando ajudar a passar o cadarço com a ponta esgarçada pelo buraco do tênis. Se você ficar perto vai ficar louco também, insistiu. Eu acabara de molhar a ponta do cadarço na boca pra ajeitar os fios e ajudar a passar pelo buraco, senti que já estava molhado….
Continuar lendo“O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar.”
Carlos Drummond de Andrade
Paro no engarrafamento do Glicério: nada a fazer, esperar desentupir contemplando o chuvisqueiro que segue impassível. É quando alguns sons agudos conseguem invadir minha nave. Vem dos baixos do viaduto. Um filhote de cachorro latindo e correndo com uma criança maltrapilha de 3 ou 4 anos. Brincam felizes, alheios à manada de veículos que rasteja ao lado. A felicidade existe, vive de instantes, está ali a prova.
Continuar lendoFez uma vida digna, casou com rapaz de boa família, teve cinco filhos, os educou bem: três homens de boa profissão e renda, duas mulheres ótimas mães de família. Após criar os filhos se dedicou a causas sociais, participava de quermesses da igreja, de grupos de caridade, arrecadava fundos nos natais para dar brinquedos às comunidades carentes e outras ações beneméritas. Era tida como caridosa, altruísta e moralmente impecável.
Continuar lendoErroneamente atribuído a Drummond, o poema “Ser Mineiro” foi escrito pelo patrocinense José Batista Queiroz e é uma ode ao jeito mineiro de ser (acho que Drummond não seria mesmo tão generoso)
Continuar lendoHoje é domingo, dia de reflexão. “O tempo que passa” é meu tema sobre os assuntos propostos pela vida e pela humanidade. Ele passa assim como o meu tempo e o do Brasil.
Continuar lendoUma igrejinha, daquelas construídas nos tempos mais recentes. Não tinha ouro, nem mármores, nem um altar cheio de esculturas. Construída e mantida simplesmente pela fé, e talvez ainda mais pelo senso de comunidade, de pertencimento a um grupo. Assim é a Igreja de São João Evangelista, numa pracinha pequena, num bairro esquecido de crescer.
Continuar lendoA QUEDA, título desta crônica, não falará sobre a queda do dólar, a queda dos ambiciosos, dos projetos climáticos, a desejada queda do Putin e tampouco sobre a queda de qualquer um dos dois presidenciáveis. Não falará da queda do terceiro Reich, da queda da intolerância, da colonização continuada, da queda do preconceito, da queda da não-inserção social, da queda da incidência, da queda da falta de educação, do câncer, Alzheimer e por aí vai.
Continuar lendo“Nosso século XX é o século do medo” escreveu Albert Camus em 1946 sob o título “Nem vítimas, nem carrascos”. Esse medo, inerente à história da humanidade, se reacende em determinados períodos: “um medo coletivo pesando em nossos corações”, foi escrito por Jung em 1958.
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