…E para que ele desperte, você tem de fazer a travessia. E ela é solitária, mesmo que seja em um grupo. Ter coragem é poder sair desse lugar estreito – o Egito, Mitzraim em hebraico, cujo significado é um lugar estreito, que não pode mais nos conter – para uma Nova Terra. […]
Continuar lendoOUTONOS; PONTO E VÍRGULA
a história de uma lembrança, por Clemari Marques
Nunca esqueço./E todo ano, sou feliz nesse momento./Exatamente nesse momento./Podem me perguntar./Sei exatamente qual é o primeiro dia,/o primeiro céu,/o primeiro sol,/o primeiro vento…/do outono.
Continuar lendoparou, simplesmente, parou …
conto de Liliana Wahba
Simplesmente parou, não lembrava quando ocorrera, a família o viu estático fixando o horizonte. Aparentava se encontrar em estado contemplativo – vinha fazendo imersões em cursos de meditação, já que estava sentado num degrau da escada do portão sem se mover. Após duas horas, estranharam e, ao se aproximarem dele, somente ouviram murmúrios em resposta à pergunta do que estava fazendo, se iria ficar ali até a noite; estava esfriando.[…]
Continuar lendoCOMEÇO, a estreia de Regina Valadares
no Clube dos Escritores 50+
Sou uma senhora, me diz a imagem refletida. Sou uma senhora e preciso me acostumar com isso. Transformo-me a cada minuto em alguém que não sei bem quem é. […]
Continuar lendoLeningrado e São Petersburgo: URSS e Rússia
crônica de Eder Quintão
Nenhuma cortina consegue mais esconder tais moléstias das sociedades. Algumas fênix renasceram de crateras de bombas como Alemanha, Japão, Itália, Espanha. Sepultaram-se apartheid e colonialismo na África e Ásia. URSS e China mudaram rumos aderindo ao capitalismo, individual a primeira, de estado a segunda. Não há infelicidade eterna; mudarão Coreia e Cuba, questão de tempo. Felizes os que vivem esse tempo de mudanças. Quando chegará o nosso?
Continuar lendomanhã, amanhã, sonho,
conto-poema musicado de Leo Forte
Manhê, manhêêê?/Que é filho, você não tá dormindo? Dorme, é tarde./Manhê, manhã é hoje?/Não, amanhã é amanhã./
Continuar lendoMARCA DE INFÂNCIA,
de Lourdes Gutierres
O inverno chegou, fazia muito frio quando o nono começou a tossir; com febre alta teve de ficar de cama, não podia mais ir à varanda. Na hora do remédio, entrei com Gina no quarto dele. Na parede, em cima da cama […]
Continuar lendo#poemaemprosa
Valsa de Rimas Inconstantes
de Luciano de Castro
Por vezes me pego meio assim-assim. Não querer falar, nem ler o pasquim. Não quero escutar nem Gabi Melim. Não quer cheirar nem flor de jasmim. Chego a renunciar uma mesa de bar na Gal San Martín.
Continuar lendouma foto de balanço, reminiscências,
ausências, por Liliana Wahba
Um pneu balançando em uma corda; /rajadas ao fundo /no tempo que corre em dimensões fugazes e perdidas.
Continuar lendocicatriz e a carapaça áspera, por Lourdes Gutierres
Vestida de cicatriz ensimesmou-se/Trancada em armadura virou incógnita/Sua carapaça áspera teima teima e teima avermelhar-se/Na aparência dura a doçura oculta da seiva […]
Continuar lendoCOMPARTIMENTOS,
poema de Luciano Alberto de Castro
Não saberia dizer, num ato, quem sou eu/E acho que nem existe, de fato, esse eu entidade única/Em mim, por exemplo, há vários deles, coexistindo desarmonicamente[…]
Continuar lendo#autorconvidado
Eduardo Ritschel e a má notícia
não conclui/nem desiste/só interrompe/despedaça/dilacera/furta a vida/altera a rota/rasga com força/corta/e insiste […]
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