Era dezembro e eu tinha acabado de chegar de viagem, estava com muita saudade da Alice, minha neta. Fui buscá-la na escola. – Vovó você sabia que eu vou morar na Itália? – Nossa, acabei de voltar de lá, que coincidência, Alice. Eu não estava sabendo, quando será ? – Antes do Natal, hum, não sei, talvez depois… Quanto tempo falta pro Natal? – Tá pertinho, Alice. – Tá, acho que vou depois. – Mas por que você quer morar na Itália?
Continuar lendo#autoraconvidada
A difícil arte de viver sozinho…depois dos 60
por Thaty Marcondes
Envelhecer é um treco complicadinho mesmo, principalmente quando se é sozinho. Como dizem por aí, realmente é a idade do Condor: dói tudo, além da lei da gravidade e da gravidez (no caso das mulheres) surtirem efeitos drásticos nessa época. Nem o botox disfarça mais as olheiras: “Seu caso é de plástica” – diz a dermatologista.
Continuar lendo#boasleituras
Escritores maduros que você precisa conhecer
Não tem como tirar férias sem a companhia de um bom livro, concorda? E esse foi um grande ano para os autores do Clube. Foram várias incursões no mundo do impresso, lançamentos que, com certeza, você vai curtir conhecer. Por isso, passeie comigo pelas sugestões de leitura aqui do Clube dos Escritores 50+conosco pelo que sentem pensam e fantasiam os autores mais velhos
Continuar lendoQuestões Vetoriais (Crônica do engenheiro doido),
por Carlos de Castro
Coincidiu de São Paulo atravessar uma conjunção astral nefasta. O tráfego mais intenso da época natalina encontrou pela frente um conjunto de interdições viárias típicas de períodos pré-eleitorais, desenvolvidas pelo DMOL – Departamento Municipal de Obras Lentas. De maneira que, para não pirar enquanto pratico um pouco mais de rastejo veicular, observo o ambiente em busca de detalhes que normalmente passariam despercebidos.
Continuar lendoReflexões judaicas de Natal, por Carlos Schlesinger
E de repente, sempre de repente, chega o Natal que estava ali escondidinho. Os sintomas começam de forma leve, uma anúncio de TV aqui, uma lâmpada acolá. E a coisa vai aumentando avassaladoramente, entre ofertas de presunto tender em supermercado e as fieiras de lâmpadas na vizinhança. Um doce pânico começa a se instalar. CLIQUE PARA OUVIR AS MÚSICAS NO FINAL DO POST
Continuar lendo#reflexões
Ei, psiu! É você, sim!
Lilian Kogan
A paz só acontece quando podemos olhar nossas sombras repletas de convicções. E como bem disse Nietzsche: “homens convictos são prisioneiros”. Psiu, você, sim você. Eu estou aqui de coração e braços abertos para conversar.
Continuar lendoMUNDO XI
O BLÉM DO SINO,
por Bettina Lenci
Tenho um amigo com o qual comento os momentos da alma. Aqueles que nos afligem. Aqueles acima de nós, como, hoje, o sentimento de impotência. Quando ele me perguntou como eu ia, disse-lhe que perdida, como todos, neste não tão particular momento, visto que guerras e o volume de tensões insanas não é novidade para o mundo.
Continuar lendoUM HOMEM SIMPLES,
por Lourdes Gutierres
Chega até mim a figura de meu pai que, sem nenhum afago, impunha seu código de virtudes: “nesse caso, você deve agir assim; nesse outro assim assado…”. E sempre, sempre, insistia: há de ter dignidade. Sem que nenhum Sócrates tivesse passado em sua vida, ele procurava extrair argumentos para questões diversas, do cotidiano ou mesmo da complexidade humana.
Continuar lendoAINDA QUE A MORTE OS SEPARE,
por Luciano de Castro
— Alô, Andréia. É o Marcelo. Estou te ligando pra avisar que eu morri. — Como assim, morreu? Que brincadeira é essa? Você tá onde?
Continuar lendoDATA VENIA [odeio gente] – sergio zlotnic
Donde decorre que, agora, feita a exceção em nome da justiça, posso tranquilamente discorrer sobre a relação estapafúrdia entre ‘advocacia pífia e adjetivos úmidos’, meu tema de hoje.
Por que raios eles [os advogados] põem adjetivos em todas as peças jurídicas? Imaginam que têm inclinação à literatura? Pensam que são poetas tuberculosos? Acreditam que as grandes obras da humanidade ganham potência com adjetivos? [quando, sabemos, é justamente o contrário o que se verifica].
Continuar lendo#crônicas
A PALAVRA PERDIDA,
por Lourdes Gutierres
A roseira na entrada da casa sobe em direção à árvore da calçada, há flores e perfume. Por entre as grades, avisto bancos no jardim, nenhuma presença, nenhum som. A mudez é interrompida ao meu toque na campainha. Espero a chegada de alguém. A casa não está vazia.
Continuar lendo#memórias
ENTRE FARDAS E DENTES,
mais uma história de Blanche de Bonneval
Quando quis abrir a porta, fui atacada por uma matilha de cães vadios que, famintos, se atiraram contra o carro, tentando me morder pela janela e a porta entreaberta. Estes rafeiros, beges, de pelo curto, com patas e pescoços longos eram extremamente perigosos e não hesitavam em estraçalhar – e devorar – homem ou animal. Não era à toa que os militares saíam todas as noites para matá-los a tiros de metralhadora do alto dos seus Toyotas.
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