Blog Clube dos Escritores 50+ Paulo Akira Presença

Presença,
por Paulo Akira Nakazato
#celebração

Agora eu queria ter um menino
que me mostrasse os caminhos
de todas as verdades das flores,
e me descerrasse à vista as fartas cores
que há tempos eu venho ocultando
embaixo da máscara gasta e escura.

Agora eu queria ter um menino
que me pusesse na alma um destino
de só a ele servir, sem trégua ou descanso,
como monumento ao qual eu adorasse
vinte e quatro horas do dia, mas no final,
no corpo, nenhum sinal de cansaço.

Agora eu queria ter um menino
que me acordasse de súbito feito um sino
tocando ao amanhecer quente de verão
e me pedisse que lhe desse o pão
e o fruto que eu, por descuido e medo,
havia negado a mim mesmo quando pequeno.

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Blog Clube dos Escritores 50 mais Blanche de Bonneval A facada

A FACADA DESFERIDA DO FUTURO,
por Blanche de Bonneval

Foi aí que lembrei onde vira esta paisagem. Ela me aparecera num sonho que tivera quando eu tinha doze anos (eu agora tinha vinte e seis). E esta recordação parecia aumentar ainda mais o meu medo. Sentia-me desorientada, sem entender as causas do meu pavor ou saber o que fazer para me acalmar. Pensei que se tentasse lembrar o resto do sonho ficaria mais tranquila.

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Blog Clube dos Escritores 50+ Lilian Kogan Sincronicidades

Lilian Kogan às voltas com sincronicidades

Histórias como essas sempre me fascinaram, eu tenho uma coletânea delas. Quando menina, as chamava de magia do destino, e, no fundo, de uma forma mais simples, acho que é isso mesmo; uma força do universo atua para que as pontas soltas se juntem. Porque se não pegássemos o elevador naquele exato momento, não estivesse o médico a passar por lá naquele exato momento, nada disso teria acontecido. Que viagem é essa no tempo?

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Blog Clube dos Escritores 50+ Bettina Lenci A casa da memória

A casa da memória e a ampulheta na vitrine, por Bettina Lenci

Volto ao conteúdo das minhas recorrentes reflexões sobre o Tempo “que passa.” Que ele passa, passa mesmo, mas o coloco entre aspas porque no passar do tempo o mais comum é ouvir não só como passa rápido mas como aceitar, em tempo real, no corpo, o fenômeno da finitude Na verdade, sua percepção aguda nos atravessa enquanto temos a certeza de que existimos. Aceitá-lo como passageiro equivale a aceitar a nossa existência neste mundo.

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