Estava onde deveria estar? Ou era apenas uma singularidade inofensiva onde estava ou onde deveria estar. Não sabia distinguir uma coisa da outra. Chovia. O mundo era molhado pela chuva, tudo e todos se molhavam sem ter uma chance de se esconderem, uns prevenidos abriam seus guardas chuvas que protegiam apenas a cabeça e parte do corpo, no entanto as pernas e sapatos ficavam encharcados, outros, poucos cuidadosos, chegavam a ter uma parte das costas molhadas. E os desprevenidos, com que se protegiam? Corriam à procuram de abrigo, alguma porta de loja, ponto de ônibus, ou colocavam algo que achassem fosse protegê-los: caderno, papel, sacos plásticos e uns infindáveis de coisas inúteis que de nada valiam. Ele como sempre, não se importava se molhasse ou não, pois não estava ali, estava em outro lugar, por isso não corria e nem se protegia, deixava-se molhar. Também não diminuía os passos, continuava como vinha. Olhavam curiosamente sua figura magra, alta, cabelos pretos, longos, braços pendentes ao lado do corpo de uma maneira entregue ao conforto de serem membros superiores, pernas finas que terminavam nos pés decididos de suas passadas. Assim ele era e assim deveria ser. Achava-se certo disse a si mesmo ao olhar-se no espelho.
Parabéns meu amigo poeta do cotidiano. Um texto simples e gostoso de ler. Uma reflexão que quase ninguêm vê ou faz, de tão simples e corriqueiro; menos um poeta do cotidiano. Gosto das suas observâncias das coisas mais simples e comuns. Vc vê poesia em tudo e o mais importante: escreve. Bjão
Osvaldo vc continua um mestre. Um texto pequeno repleto de emoções. Que venham mais em tempos tão sombrios para alento do coração!!
Obrigada!!
Entrei na sua página. Vou entrar pra ler seus textos sempre que que puder. Gostaria de fazer o mesmo com alguns textos meus.
Olá Alexandra, manda um texto seu para nós, no email [email protected]. Estamos querendo mais escritores no nosso clube, abraços
Obrigado, a poesia está em tudo, é só filtrar a sensibilidade, gostei do “poeta do cotidiano”. Grato.
Gostei do homem da chuva.
Cronica de sentido filosófico .
Basta SER!
Escrita singela que abre espaços. Ser na chuva, simplesmente sendo, a decisão da entrega. Bom!