Desse tempo que passou
Guardo alguns fragmentos
Sumaúma em chamas
Ossos de onça
Cinzas de tamanduá
E a mentira atroz:
− tudo preservado
− nenhuma devastação.
Por todo canto
Vírus espalhado
Gente aflita
A implorar providências
E a desfaçatez:
− à ciência, não!
Esse tempo que desponta
Aguarda reparação
Antigos laços atados
Bicho – gente – floresta
Semeadura de paz
Por todo canto
Amor espalhado
Seria pedir demais?
Tocou-me seu poema!
Tocou-me seu poema!
Não, Lourdes, não seria pedir demais. Pelo contrário, que seu poema ajude a restaurar a fundamental ligação bicho-gente-floresta.
Restaurar é a função primeira da poesia. Que os ‘restauros” do poema e da prosa transformem em aventuranças os males , o cinismo, o desamor , a indiferença desses tempos tão difíceis.
Parabéns pelo belo texto, Lourdes Gutierres. Um beijo