Mas que título horrível!
Só porque a pessoa fez sessenta anos, acha que pode se permitir falar de perdas?
E as folhas que caem a cada inverno? Na primavera tenras, no outono amarelas? Caem no inverno…
E aqueles répteis que duram um dia só: nascem, comem, acasalam e morrem?
E as borboletas?
Hoje mesmo, na casa da dona Maria, a cachorra ficou quieta enquanto eu roubava uma jabuticaba. Ela estava bem embaixo do pé da jabuticaba. Esperou, caninamente, que eu a afagasse. E desse a ela uma jabuticaba. A cachorra adora jabuticaba. Dona Maria também. E eu então!
Dei um frutinho maduro pra cachorra. Seu olhar era como o de uma poesia clara!
A dona Maria tem uns oitenta anos. A cachorra também. Elas não perderam nada. Elas têm o pé de jabuticaba.
Jabutiacaba também, como as folhas e os insetos de sua prosa. Só não sobrou para mim um frutinho maduro!
Oi José… Da chácara de meus pais (que já foram para o mundo das jabuticabas) tinha um pé. Nosso vira lata comia a jabuticaba e jogava fora o caroço. Acredita?
Que beleza!
Nossas jabuticabas estão se perdendo Lilian….
Zulmara, é isso mesmo. A Felicidade está ali, nos nossos “pés de jabuticaba”
É verdade Carlos…
D. Maria e sua cachorra, que sabem, sem diploma ou pós-graduação, o valor da jabuticaba.
Não se engole o caroço pois dá apendicite quando se chupa jabuticaba, diziam minhas tias. Só quando estudei medicina é que descobri que isso é lenda…. Por muito tempo vivi esse sentimento de culpa e acordo com pesadelo acreditando se não haveria aí um pouco de verdade…. Quem sabe?
Oi Eder, eu escrevi lá para o Carlos a história do nosso vira lata na chácara, que comia as jabuticabas e cuspia os caroços… Ninguém falou pra ele nada sobre apendicite, mas acho que ele ouviu alguém comentando lá na cozinha, ao lado do pé de jabuticaba e, na dúvida… rssss
Pois num é?
Não é???
Como é bonito uma jabuticabeira e seus frutos ao pé !
o meu buda (cachorro), um caramelo vira lata da cor da jabuticaba,
late , na época da floração, para os passarinhos bicões que as
deixam murchas e dependuradas por um fio. Assim que , vou à feira e
compro uma caixa e as devoro com os caroços gelatinosos e branquinhos.
Seu escrito, Zulmara, é muito falante ,digo fala por si sobre envelhecimento.
Assim absorvi.
ou
Bettina, imagina estar numa periferia profunda de SP e ser recebida num inusitado pomar. De onde se tira uma jabuticaba… E o acolhimento da dona do pomar e da vira lata caramelo. É quase um milagre.
Beleza de prosa, Zu. Ou poesia? Perdi nada com ela; ganhei prazer.
Jabuticaba…
Linda… Que bom. Mas nem sempre a perda é ruim. Nem prosa nem poesia. Um simples ‘pensamento poético’.