A roseira na entrada da casa sobe em direção à árvore da calçada, há flores e perfume. Por entre as grades, avisto bancos no jardim, nenhuma presença, nenhum som. A mudez é interrompida ao meu toque na campainha. Espero a chegada de alguém. A casa não está vazia.
Continuar lendoBarbie, o filme, por Liliana Wahba
Enquanto permanece na ilusão tudo lhe é benéfico e prazeroso, até que o outro mundo, aquele velado pela fantasia escapista, irrompe por necessidade e engole o
platônico e eterno namorado na potência patriarcal. Ken se vê sacudido por aquilo que os homens exibem, pelo poder. Agora quer também dominar e ser forte; é isso que fazem os homens, eis o trunfo do patriarcado, até então inexistente na terra das meninas-mulheres.
#poema
Conjecturas matemáticas sobre o amor
Eder Quintão
E se o amor coubesse nas equações matemáticas, e se deixasse explicar e prever? Ou será que é a matemática que fala de um amor que simplesmente nos escapa? Eder Quintão brinca com essas ideias…
Continuar lendo#poema
OLHO DE BORBOLETA, por Luciano de Castro
no dia em que vi meu amor pela primeira vez ela falava ao telefone com outra pessoa isso foi em agosto de 1989 o clima estava seco e eu sofria com amigdalite então eu disse a ela em tom de gracejo que os antibióticos é que me mantinham vivo ela riu…riu aquele sorriso ensolarado que me iluminaria os dias e as noites desde então
Continuar lendo#contos
Palafita, por Zulmara Salvador
Pela pinguela oscilante sobre águas turvas, o menino se equilibra carregando o balde. A mãe espera. Vem balançando, com o balde na cabeça. Olhos abertos direto no lodo. A mãe espera. Ele respira descompassado. O lodo ondeia por baixo da pinguela. A mãe espera. O dorso do bicho raspa na pinguela.
Continuar lendo#memórias
La Primo e o cigarro Galaxy, por Lilian Kogan
Lá pelo final dos anos 70, uma modelo tomou um espaço vultoso nas passarelas e na mídia. Curvilínea, com um corpo escultural, muito diferente dessa estranha beleza da magreza em moda nas últimas décadas. Longos cabelos castanhos, soltos de forma despretensiosa, pele dourada pelo sol, pouca maquiagem, sorriso lindo. Transpirava sensualidade, frescor e saúde.
Continuar lendo#memórias
ENTRE FARDAS E DENTES,
mais uma história de Blanche de Bonneval
Quando quis abrir a porta, fui atacada por uma matilha de cães vadios que, famintos, se atiraram contra o carro, tentando me morder pela janela e a porta entreaberta. Estes rafeiros, beges, de pelo curto, com patas e pescoços longos eram extremamente perigosos e não hesitavam em estraçalhar – e devorar – homem ou animal. Não era à toa que os militares saíam todas as noites para matá-los a tiros de metralhadora do alto dos seus Toyotas.
Continuar lendo#memórias
Prospect Park, por Leonardo Quindere
Na saída da estação “Church” tomei um susto, todos os meus sinais internos de alarme dispararam, sigo ou volto? Era por volta do meio-dia, estava claro, mas senti que talvez tivesse descido na estação errada. Os alarmes, construídos pelos anos de vivência na cidade grande e por preconceitos, dispararam quando vi pessoas de várias etnias numa rua de comércio movimentada e com uma predominância de pessoas pretas. E agora? Fico ou vou?
Continuar lendo#memórias #encontros
Que mistério tem Clarice? por Carlos Schlesinger LIGUE O SOM
Sentada na varanda, com um lenço na cabeça a disfarçar as queimaduras que sofrera por um acidente doméstico, ali estava ela. Uma mulher comum, tomando chá, com bolo ou biscoitos, observada por um rapazola pretensioso.
Continuar lendo#boasleituras
Velhxs, por Bettina Lenci
Chova ou faça sol, os não velhos terão que aprender a conviver com o tempo, lembrança nada agradável porque sempre será o passado e… sem retorno! Velhos vivem a perda enquanto lutam para viver o presente com dignidade!
Continuar lendo#CUIDADO, POESIA
É bom saber! por Tita Ancona Lopez
Nada melhor do que sair fora de qualquer situação opressiva e ganhar o mundo.
Então, carregá-lo, com muito cuidado;
Não se pode esbarrar nem derrubar.
O mundo, se cai, despedaça assim como vidro, em mil caquinhos.
Encontros com Nise da Silveira,
por José Carlos Peliano
Segui o que queria e ganhei o que alumia. Foi desse jeito que cheguei a Nise da Silveira e dela fiquei amigo por alguns anos de encontros, aprendizados e encantamentos.
Continuar lendo