Quando a infância
no quintal
encantou-se
a balançar para sempre
no balanço amarelo
(que era só meu)
um sol longínquo seguiu a brilhar
só para mim
para sempre
Quando eu moço dancei
minha última dança
antes de partir
(para onde?)
o quase não daquele último beijo
prometeu-me
justo como o desejo
um verdadeiro amor
sempre sim
ainda que aonde
e de cada porto partido
como luz que se lance
à minha frente acenava
à frente do meu alcance
o sonho do não vivido
despertando-me avante
Hoje minha casa ruiu
mas este tijolo que vejo
suspenso no ar
restante
dá-me o abrigo de um lar
onde um dia serei
adiante
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LUIZ SAMPAIO – “Sou as palavras que sou. Cresci entre leitores e livros. Aos nove anos ganhei um diário encadernado em azul, com a palavra “Pensamentos”. Ali copiei poemas e me dediquei a grafar os sentimentos que me afligiam. Nunca mais parei. Estudei literatura, sonhando-me poeta. Sigo vivo e ativo na sonora companhia das minhas palavras. Minha canoa do amor não se espatifou no cotidiano.”
Como sao bonitos os seus poemas! Leves e transparentes.
Espero le^-los em outros lugares que você esta procurando.
site, blog, fifties. Tudo sai no mesmo. Poucos ou ninguém nos lê.
O que vale é escrever.
eu escritor, livros esgotados em segunda edição , sei que nao serei.
Por isso qualquer coisa me basta.
muito sucesso caro Luiz nesta sua nova empreitada.
um abraço amigo
B