Fruto que nos escolhe
de árvore que não se planta
Eleitos
vertemos seiva para que vivifique
e provamos
terra terna
pés descalços
do mínimo bom de alguém
do meu exíguo melhor
Ainda ariscos da aridez do antes
da amizade nos acercamos às voltas
como de algum paraíso ainda não
Lassos, distantes, ainda não entes
repousamos uns bons goles de sombra
para depois tolhermos o medo de tocar
e degustar
e sorver o vinho claro das maçãs sem serpentes
e enquanto ungidos de nós
(isentos do nosso redor)
vivemos – vero e nosso –
o pão que desponta sem suor
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LUIZ SAMPAIO – “Sou as palavras que sou. Cresci entre leitores e livros. Aos nove anos ganhei um diário encadernado em azul, com a palavra “Pensamentos”. Ali copiei poemas e me dediquei a grafar os sentimentos que me afligiam. Nunca mais parei. Estudei literatura, sonhando-me poeta. Sigo vivo e ativo na sonora companhia das minhas palavras. Minha canoa do amor não se espatifou no cotidiano.”
Luiz querido… que delícia ler seus poemas! Bjs