Não há no amor
posto que humano
o dom divino do perfeito
O bom
o pleno
o eterno
o belo
doídos de tanto defeito
não vivem os nomes que têm
O berço abandonado do peito
guarda o despeito de um leito
no anseio de aguardar alguém
Cansado de buscar
um porto espreito
Deixemos à alma
o sonhar além
O seu corpo
eu aconchego a confortar meu leito
Com o meu
preencho a concha quente e meiga do seu peito
Não busquemos mais a busca do perfeito
Assim nossas imperfeições sentem-se bem
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LUIZ SAMPAIO – “Sou as palavras que sou. Cresci entre leitores e livros. Aos nove anos ganhei um diário encadernado em azul, com a palavra “Pensamentos”. Ali copiei poemas e me dediquei a grafar os sentimentos que me afligiam. Nunca mais parei. Estudei literatura, sonhando-me poeta. Sigo vivo e ativo na sonora companhia das minhas palavras. Minha canoa do amor não se espatifou no cotidiano.”
Puxa Luiz, maravilha!
Que bom que chegaste.
Léo
A poeta é mágico. Como consegue pescar palavras disponíveis a qualquer um de nós, escolher aquelas que falam de amor? Como consegue, de posse das palavras que nos pertencem a todos, montar um pequeno grande /universo de deslumbramento? E ainda por cima nos abençoar, dizendo que nossas imperfeições podem se sentir bem, posto que humanos, não temos o dom divino do perfeito.
Faço minhas a frase de Sylvia,
… nos abençoar dizendo que nossas imperfeiçoes podem se sentir bem – nunca pensei nisso – posto que
humanos , nao temos o dom divino do perfeito.
Muito lindo seu poema.
Mais uma vez, benvindo ao 50+. nos faltava um poeta.
LUIZ!
Seu poema dialoga com o texto de Bettina publicado logo em seguida! Especificamente com o discurso do “rabino”. São as palavras Dele em forma de poesia.
Não busquemos mais a busca do perfeito
Assim nossas imperfeições sentem-se bem…