Clube dos Escritores 50+ José Carlos Peliano Horror

O horror do horror
(tributo às vítimas das guerras contemporâneas),
por José Carlos Peliano

Meus ouvidos não escutam as explosões

de bombas, gritos, gemidos e choros

meus olhos sequer se enfumaçam ou se entulham

de escombros, mutilações, fumaças tóxicas

meu nariz escapa do cheiro e do pavor da morte

e da lenta e torturante agonia dos destroços humanos

Não estou entre aqueles que caíram de repente no inferno

como prédios, casas e madrugadas que desabam qual aves abatidas

mas sinto o fim do mundo batendo em nossas portas

Toda destruição tira o café da manhã e a noite de estrelas

apaga o dia que começava de mãos dadas ao sol

deixa o futuro enterrado em sangue e desespero

ignora os primeiros passos das crianças

transforma em cinzas pais, mães, avós e os amanhãs

Os deuses das crenças e bênçãos param de responder

ficam expostos à mutilação do martírio das horas

Não há onde ficar tampouco para onde seguir

a morte estrangula a vida em cada vida

Não existem mais céus, árvores, escolas e jardins

a história deixa de seguir e significar ao tornar-se farsa

os senhores do morticínio são seguidos por séquitos de destruição e ódio

o pavor e as vísceras dão-lhes despojos por aclamação

4 comentários

  1. A guerras desde o início da criação do homem e todas acabaram com a morte de milhões ou mais bilhões de trilhões de seres humanos za quem devemos culpar ajo a própria humanidade que não consegue se entender e quer a todo custo o poder da lei do mais forte ajo que e mais ou menos por ai

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