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Nova sinfonia,
por Lourdes Gutierres

Vago  aceno

de mão fugidia

Sem toque nem contato

do desalento resvala pálida dor 

Em algum ponto difuso

perigo à vista

Mortalha intocável

abre fenda

isola o amado

afasta abraço

Há outra urgência

de simples respiro

nada além do ar que entra e sai

Vago tempo

Do eterno outono

brota anseio de renovação

em cores, perfumes, afagos

Promessa de futuro

passou ontem

pela minha janela

Vi em seu rosto transverso

traços da anunciação

Entre ramagem seca

certo horizonte luminoso

pronto a se fazer júbilo

desponta do escombro

Vago sonho

Do eterno outono

ecoa nova sinfonia

Assim é.

4 comentários

  1. Ma-ra-vi-lho-so! Parabéns, Gugu. Belíssimo poema inspirado no mais alentador dos sentimentos: a esperança. Que soprem logo os bons ventos da bonança.
    Um beijo carinhoso.

  2. Nossa! É o retrato mais suave que já vi do momento que estamos passando! Nem por isso, menos dramático!
    Que bom acreditar em dias melhores! Pressentir, desde já, essa renovação!
    Lindo poema e mensagem otimista! Parabéns, Lourdes! Sua presença faz o nosso mundo melhor! Bjs

  3. Bravo, Lu! Que beleza de poema. Triste, delicado, retrato belíssimo de um momento trágico e feio. Só um poeta para traduzir nossos anseios de uma nova sinfonia. Obrigada!

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