As horas passam rangendo
Deixam atrás de si
ruído da engrenagem
Algum rastro guardado
em pote lençol traço
Coisa qualquer a bocejar
em certa era perdida
Sem luz nem clarão
ilumina promessa retida
De algo que pode ter sido
simples sonho a ecoar
– para sempre, meu amor
Não era para lembrar
Melhor seria dizer
ninguém passou por aqui
Tudo vem do filme
que ainda ontem anunciou
– volto logo, meu amor
As horas passam queimando
Por enquanto, já levou
o parque nacional
e quase uma floresta
Quando dissipar a fumaça
talvez surja outra fresta
– ainda é cedo para ontem
Outro poema revelador de uma realidade vivida e sentida por todos nós, mas difícil de expressar com tanta precisão e poesia!
Lindo, Lourdes!