Choro de dor
De sono, de bravo,
Se a fome for grande demais
Choro se você briga comigo
Também não gosto de castigo
Não gosto de injeção,
De dentista também não
Choro se ninguém fala comigo
Se não me chamam pra brincar
Se a bola cai em outro lugar
Choro quando eu me ralo
E se o curativo arder também
Choro com medo do escuro
E também se caio do muro
Não choro com azedo, nem com amargo
E nem quando acordo molhado
Faço bico, engulo o choro de raiva
Pra ninguém dizer que é manha
Aí a lágrima fica indecisa,
e fica esperando, esperando, esperando…
Sentada na beira do poço do olho
As vezes seca, as vezes sai,
As vezes volta, as vezes cai…
Mas, é às vezes, só às vezes.
O trabalho MANHA MINHA de Vera Celms foi licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.