Clube dos Escritores 50+ Eder Quintão finados

Devaneios poéticos, um dia depois de Finados,
por Eder Quintão

Poesia é vaso cheio
De elocubração vazia?
Ou elocubração cheia
De sentimento vazio?


Seria a poesia bela se traduzida
Pelo vigor dos sons transmitidos
Sem de falsos sentidos provida
Ou pensamentos vãos emitidos?


Seria ela de emoções contidas
E lindas imagens que induzem
Inebriando se cantadas ou lidas
Ou são enganos que seduzem?


Naquele seu imenso apetite
Pelas letras com seus ruídos
Não se impõe qualquer limite
Aos sentimentos transmitidos


Poesia comove quem lê
Se pelo poeta concebida
Com mensagem que revê
A intensa emoção vivida


Transmitindo seu sentido
Com pleno poder criativo
Impõe o leitor compungido
A se manter todo seduzido


Caminha sem se intimidar
Mesmo com sons fortuitos
Do vazio ao infindo a vagar
Com pensamentos urdidos


Mas se a poesia criada
For com o tempo olvidada
Ela se vai sem ser amada
E despedida é sepultada


Em triste dia-de-finados
Sem ter o corpo regado
Pelas lágrimas escoadas
Passa os dias minguada
Só como flor ressequida
Mas nunca ressuscitada
Jaz murcha e esquecida

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