Percebi de imediato:
O azimute estava certo,
Batia com o rumo definido.
Ignorava, porém, a topografia acidentada.
Ali, sobre o ponto alto da colina
O visor não nos permitiria errar,
Ali, no meio da ação, sombras por perto:
Tempo de descanso.
Me ocorreu mudar a inclinação da luneta:
Amor à primeira vista,
À primeira visada mais correto seria.
Ilusão sublime, atávica!
No alto do céu o percurso do Sol,
Sua descida célere no firmamento.
Sensações inconscientes
Levam a consentir com o engano.
Folia, farra, tecno-brincadeira.
Planeta que somos, desencontrados,
Jovens, supomos ser centro
Do que orbitamos apenas.
Só quando o tempo
Permitir cruzar o umbral da arte,
Ou do espírito talvez,
Só então se perceberá a ilusão do foco.
E se compreenderá o absurdo
De não conhecermos
Do universo o centro,
Que se oculta dentro de nós.
Poema-imagens, viagem de vidas que não têm fim… Estamos em viagem… E instantes há de perceber do Universo o Centro, que se Oculta dentro de Nós…Planetas que somos, desencontrados… Palvras-imagens-vivas… O poema é muito lindo e verdadeiro
Só deslumbramento esse umbral da arte!
Uma verdadeira epifania, belíssimo. Gostei muito.
Obrigado Sylvia, quem diria que um trabalho de campo de topografia daria uma epifania…
Abraço
Simmmm, total epifania topográfica! Dizem que são as mais significativas! 🙂
Uma verdadeira epifania. Belíssimo texto.
Uma metáfora de nosso percurso, o centro está, mas oculto no Universo, lindo! Azimute? o termo já intriga
Obrigado Eliane. Seu comentário inspira, abre novos caminhos.
Carlos, seu poema é um convite para pensar sobre a topografia de nós mesmos. Quem mora em nossos vales e montanhas? Qual a profundidade de nossos abismos? O que será que veríamos olhando os céus que cobrem esse nosso interior? Uma viagem!