De alegrias, nada sabe o cozinheiro. Ele só trabalha. Transpira na boca do fogão, tem câimbras nas pernas que nunca se sentam. Sorri ao ver a panela fumegante exalando o cheiro de um amor estranho por quem não conhece e que espera ser feliz da primeira à última garfada.
Continuar lendoPOR QUE ESCREVO? por Lucia de Araújo Cid, nossa autora convidada
Escrever é amplo, é fundo, é insondável. Escrever é cachoeira caudalosa se rasgando entre as pedras até chegar ao remanso calmo e translúcido. E depois se debater em nova queda e se ferir, se depurar em destino certo. Escrevo porque quero cuspir a faca da boca e trocá-la pela delicadeza da borboleta pousada no nariz da criança.
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