Por onde andas tu oh Noé?
Chamam-no do distante sul
Lá pela serra do rio grande
Onde o céu não anda azul
Oração,
#mães
Filho duplo
por José Carlos Peliano
À Leonor Pereira Peliano, minha mãe
Esta mãe não me tomou pelas mãos
e me fez dono do mundo
que me veio pelos meus pés de vento
e olhos de tela de cinema
#mães
Dia das Mães em quatro estações,
por Eder Quintão
Na primavera
Com carinho dela
Fui nela
Concebido
E nasci
TALVEZ EU MORRA HOJE, poema de Clemari Marques
Talvez eu morra hoje…
Talvez não.
Talvez o avião caia no meio de uma tempestade
E junto com raios, trovões e toneladas de chuva,
Talvez caiam por terra todos os meus projetos, sonhos, esperanças, expectativas, desejos…
Sim!
#sextadepoesia Hominivorax, de Luciano de Castro
todas as mesas
estavam ocupadas
homens, mulheres e crianças
comiam pedaços de outros bichos
pedaços fritos e assados
servidos em bandejas de prata.
#emprimeiramão
ÂNGELUS, poema de Maria Cristina Prandini, extraído do livro Ponto Segredo
Há um momento do dia
em que eu sinto a passagem do tempo
Líquido que escorre
Espesso
Ponteiros plúmbeos de um relógio que se distorce
ao sol.
Uma poeta na vidraça
reflexões sobre o novo livro de José Carlos Peliano, A Geometria flutuante das águas
Meu telhado não é de vidro, mas minha janela é. Meus poemas não são de vidro, mas minha inspiração é. O que escrevo vem não sei de onde, qual a dimensão que me envia, onde estão os pensamentos, que energia me leva a correr e anotar o que me chega antes que eu perca o bonde e a esperança de recordar. Do jeito que me veem podem revelar muito ou se perder pedaço a pedaço.
Continuar lendoSaber rir
nas rimas de Eder Quintão
Vou rir, rir
Rir para expelir
Lágrimas de ontem
E as que logo nascerão
Daquela tristeza de amanhã
Se não herdar lábios sabendo rir
Última Despedida,
por Liliana Wahba
Chorar por quem não está mais;/Chorar pelo inacabado/que nem chegou a ser;/Chorar pelas suas dores transidas/já passadas,/desvanecidas;/Chorar pela sua alegria de viver/ estraçalhada, rompida,/agora muda e esquecida;/Chorar pelo que não mais vês nem sentes,/e continua sendo, imperturbável.
Continuar lendoO horror do horror
(tributo às vítimas das guerras contemporâneas),
por José Carlos Peliano
Meus ouvidos não escutam as explosões de bombas, gritos, gemidos e choros/meus olhos sequer se enfumaçam ou se entulham de escombros, mutilações, fumaças tóxicas/meu nariz escapa do cheiro e do pavor da morte/e da lenta e torturante agonia dos destroços humanos
Continuar lendoCantigas de adormecer-envelhecer,
por Clemari Marques
Fotografo cada detalhe do Belo que vem a mim/ Ou busco os de repentes das surpresas do universo/ Quero fixar a parte Bela da vida/ Até o último olhar/ Suspiro/ Quero fechar os olhos pela última vez/ Vendo estrelas/E mar/ E por de sol/ E nascer da Lua/ Mesmo que seja apenas no imaginar/ Do último suspiro.
Continuar lendona tal data,
por José Carlos Peliano
embrulho aberto, um mundo por ter dono
parava o tempo, doces fantasias
na tal data reinava um abandono
longe de tudo e perto das magias