Há um momento do dia
em que eu sinto a passagem do tempo
Líquido que escorre
Espesso
Ponteiros plúmbeos de um relógio que se distorce
ao sol.
#emprimeiramão
Uma poeta na vidraça
reflexões sobre o novo livro de José Carlos Peliano, A Geometria flutuante das águas
Meu telhado não é de vidro, mas minha janela é. Meus poemas não são de vidro, mas minha inspiração é. O que escrevo vem não sei de onde, qual a dimensão que me envia, onde estão os pensamentos, que energia me leva a correr e anotar o que me chega antes que eu perca o bonde e a esperança de recordar. Do jeito que me veem podem revelar muito ou se perder pedaço a pedaço.
Continuar lendoSaber rir
nas rimas de Eder Quintão
Vou rir, rir
Rir para expelir
Lágrimas de ontem
E as que logo nascerão
Daquela tristeza de amanhã
Se não herdar lábios sabendo rir
Última Despedida,
por Liliana Wahba
Chorar por quem não está mais;/Chorar pelo inacabado/que nem chegou a ser;/Chorar pelas suas dores transidas/já passadas,/desvanecidas;/Chorar pela sua alegria de viver/ estraçalhada, rompida,/agora muda e esquecida;/Chorar pelo que não mais vês nem sentes,/e continua sendo, imperturbável.
Continuar lendoO horror do horror
(tributo às vítimas das guerras contemporâneas),
por José Carlos Peliano
Meus ouvidos não escutam as explosões de bombas, gritos, gemidos e choros/meus olhos sequer se enfumaçam ou se entulham de escombros, mutilações, fumaças tóxicas/meu nariz escapa do cheiro e do pavor da morte/e da lenta e torturante agonia dos destroços humanos
Continuar lendoCantigas de adormecer-envelhecer,
por Clemari Marques
Fotografo cada detalhe do Belo que vem a mim/ Ou busco os de repentes das surpresas do universo/ Quero fixar a parte Bela da vida/ Até o último olhar/ Suspiro/ Quero fechar os olhos pela última vez/ Vendo estrelas/E mar/ E por de sol/ E nascer da Lua/ Mesmo que seja apenas no imaginar/ Do último suspiro.
Continuar lendona tal data,
por José Carlos Peliano
embrulho aberto, um mundo por ter dono
parava o tempo, doces fantasias
na tal data reinava um abandono
longe de tudo e perto das magias
#sextadepoesia
Ínfimo e augusto,
por Luciano de Castro
tome, doutor, esta tesoura e corte minha tristíssima pessoa/ vá me dissecando, me fragmentando em pedaços cada vez menores/ use bisturis de lâminas cada vez mais finas capazes de dividir-me indefinidamente
Continuar lendo#poema
Quinze de Novembro,
Eder Quintão
Você também é fã das histórias em versos de Eder Quintão? Vem saborear essa crônica poética, muito bem humorada, da Proclamação da República no Brasil
Continuar lendo#sextadepoesia
Trampolim,
de Tita Ancona Lopez
Então, não vejo mais nada.
Mergulho do alto
mesmo sem saber se o vazio é suficientemente fundo,
se há braços que amparem
ou se vou me machucar.
#poema
Conjecturas matemáticas sobre o amor
Eder Quintão
E se o amor coubesse nas equações matemáticas, e se deixasse explicar e prever? Ou será que é a matemática que fala de um amor que simplesmente nos escapa? Eder Quintão brinca com essas ideias…
Continuar lendo#poema
OLHO DE BORBOLETA, por Luciano de Castro
no dia em que vi meu amor pela primeira vez ela falava ao telefone com outra pessoa isso foi em agosto de 1989 o clima estava seco e eu sofria com amigdalite então eu disse a ela em tom de gracejo que os antibióticos é que me mantinham vivo ela riu…riu aquele sorriso ensolarado que me iluminaria os dias e as noites desde então
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