Senhora,
Confesso ter estranhado muito a sua mensagem. De início, pensei em não responder, pois não lhe devo nenhuma satisfação e não vejo motivo para lhe falar de minha vida pessoal, muito menos de minha vida amorosa. No entanto, tenho uma característica – ou, talvez, seja um defeito – gosto de deixar as coisas claras. Não suporto mal-entendidos ou que permaneça apenas a visão unilateral de um fato. Segue, pois, o que se passou.
Estando eu posta em sossego…
A CARTOMANTE,
por Zulmara Salvador
“Tédio: Sensação de enfado produzida por algo lento, prolixo ou temporalmente prolongado demais; sensação de aborrecimento ou cansaço, causada por algo árido, obtuso ou estúpido”.
Continuar lendoÚltima Despedida,
por Liliana Wahba
Chorar por quem não está mais;/Chorar pelo inacabado/que nem chegou a ser;/Chorar pelas suas dores transidas/já passadas,/desvanecidas;/Chorar pela sua alegria de viver/ estraçalhada, rompida,/agora muda e esquecida;/Chorar pelo que não mais vês nem sentes,/e continua sendo, imperturbável.
Continuar lendo#memórias
Botões,
por Carlos Fernando de Castro
Vai pro gol!! O alerta obrigatório antes do chute contra o gol adversário continua o mesmo, mas cada época, cada local e cada geração associa esse grito a diferentes imagens e recordações. Um grito que desperta emoções. Voltemos à São Paulo da década de 60. Mais especificamente à tranquila rua Guia Lopes na Mooca.
Continuar lendoFermento,
por Tita Ancona Lopez
Chamava a atenção. Era bonito, parecia macio e, além disto, transmitia um calor que percorria o corpo de quem olhava. Era alguma coisa que preenchia como se, através dos olhos, entrassem complementos para todos os sentidos resultando em plenitude, só de olhar. Naquela tarde havia muitas pessoas ao redor em paz e silencio quando algo inesperado aconteceu.
Continuar lendoO horror do horror
(tributo às vítimas das guerras contemporâneas),
por José Carlos Peliano
Meus ouvidos não escutam as explosões de bombas, gritos, gemidos e choros/meus olhos sequer se enfumaçam ou se entulham de escombros, mutilações, fumaças tóxicas/meu nariz escapa do cheiro e do pavor da morte/e da lenta e torturante agonia dos destroços humanos
Continuar lendoCantigas de adormecer-envelhecer,
por Clemari Marques
Fotografo cada detalhe do Belo que vem a mim/ Ou busco os de repentes das surpresas do universo/ Quero fixar a parte Bela da vida/ Até o último olhar/ Suspiro/ Quero fechar os olhos pela última vez/ Vendo estrelas/E mar/ E por de sol/ E nascer da Lua/ Mesmo que seja apenas no imaginar/ Do último suspiro.
Continuar lendoA velha do Natal,
por Adília Belotti
Era uma velha muito velha. Apesar do sol vincado na pele, tinha olhos azuis. Olhos de água. Tinha feito filhos, netos, bisnetos. Seu corpo habitava lugares onde jamais estivera. Tão espalhada pelo mundo que um dia decidiu: não acomodo mais nessa casa. Bateu a porta, largou sua vida antiga ali vendo TV no sofá da sala, saiu sem dizer adeus.
Continuar lendona tal data,
por José Carlos Peliano
embrulho aberto, um mundo por ter dono
parava o tempo, doces fantasias
na tal data reinava um abandono
longe de tudo e perto das magias
#sextadepoesia
Ínfimo e augusto,
por Luciano de Castro
tome, doutor, esta tesoura e corte minha tristíssima pessoa/ vá me dissecando, me fragmentando em pedaços cada vez menores/ use bisturis de lâminas cada vez mais finas capazes de dividir-me indefinidamente
Continuar lendo#poema
Quinze de Novembro,
Eder Quintão
Você também é fã das histórias em versos de Eder Quintão? Vem saborear essa crônica poética, muito bem humorada, da Proclamação da República no Brasil
Continuar lendoAINDA QUE A MORTE OS SEPARE,
por Luciano de Castro
— Alô, Andréia. É o Marcelo. Estou te ligando pra avisar que eu morri. — Como assim, morreu? Que brincadeira é essa? Você tá onde?
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