Um promotor de Vitória, Espírito Santo, aconselha a mulher a ‘segurar o facho’ e voltar com o marido que a agride violentamente, acusado de tentativa de feminicídio. Alega que é necessário manter a união da família para proteger os cinco filhos do casal.
Continuar lendoOração,
poema em homenagem
às vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul,
por Eder Quintão
Por onde andas tu oh Noé?
Chamam-no do distante sul
Lá pela serra do rio grande
Onde o céu não anda azul
#mães
Filho duplo
por José Carlos Peliano
À Leonor Pereira Peliano, minha mãe
Esta mãe não me tomou pelas mãos
e me fez dono do mundo
que me veio pelos meus pés de vento
e olhos de tela de cinema
#mães
Dia das Mães em quatro estações,
por Eder Quintão
Na primavera
Com carinho dela
Fui nela
Concebido
E nasci
Mudança, por Tita Ancona Lopez
Peguei a escova de dentes, mas deixei o vidro de shampoo e o sabonete líquido.
Propositalmente esqueci-me de um pé daquela meia branca com o desenho da Nike em azul.
Levei as roupas, mas deixei uma bolsa.
Os sapatos, levei todos.
Peguei meus papeis, minha caixa de recordações e os livros, porém, deixei dois, com frases marcadas e observações escritas a lápis, em muitas páginas.
TALVEZ EU MORRA HOJE, poema de Clemari Marques
Talvez eu morra hoje…
Talvez não.
Talvez o avião caia no meio de uma tempestade
E junto com raios, trovões e toneladas de chuva,
Talvez caiam por terra todos os meus projetos, sonhos, esperanças, expectativas, desejos…
Sim!
#sextadepoesia Hominivorax, de Luciano de Castro
todas as mesas
estavam ocupadas
homens, mulheres e crianças
comiam pedaços de outros bichos
pedaços fritos e assados
servidos em bandejas de prata.
#emprimeiramão
ÂNGELUS, poema de Maria Cristina Prandini, extraído do livro Ponto Segredo
Há um momento do dia
em que eu sinto a passagem do tempo
Líquido que escorre
Espesso
Ponteiros plúmbeos de um relógio que se distorce
ao sol.
Os heróis eram outros,
por Carlos Schlesinger
O nome era engraçado para crianças e adultos. Gagarin. Parecia brincadeira. E, naqueles dias, era o que se falava. Gagarin, um astronauta russo, de olhos rasgados, sorria após ser resgatado do primeiro voo de um ser humano no espaço. Os americanos ficaram furiosos e partiram para a competição. Abria-se nova página na Guerra Fria entre as superpotências, a corrida espacial. A guerra era acirrada e novos nomes surgiam e se incorporavam ao conhecimento popular, assim como as façanhas que cresciam a cada dia.
Continuar lendoTA-TU-RA-NA,
por Tita Ancona Lopez
Era uma taturana verde claro, movendo-se lentamente sobre uma folha verde escuro. A folhagem forrava um muro bem mais alto do que ela mas, a taturana, estava na altura dos olhos. Sabia que não podia encostar o dedo, a avó dizia que taturana queima, tinha tanta vontade de pegar! Passou horas olhando o movimento do corpo comprido, devia cansar aquele mover-se com tantas perninhas, ela só tinha duas e não andava deitada, andava de pé.
Continuar lendoUma poeta na vidraça
reflexões sobre o novo livro de José Carlos Peliano, A Geometria flutuante das águas
Meu telhado não é de vidro, mas minha janela é. Meus poemas não são de vidro, mas minha inspiração é. O que escrevo vem não sei de onde, qual a dimensão que me envia, onde estão os pensamentos, que energia me leva a correr e anotar o que me chega antes que eu perca o bonde e a esperança de recordar. Do jeito que me veem podem revelar muito ou se perder pedaço a pedaço.
Continuar lendoSaber rir
nas rimas de Eder Quintão
Vou rir, rir
Rir para expelir
Lágrimas de ontem
E as que logo nascerão
Daquela tristeza de amanhã
Se não herdar lábios sabendo rir