Clube dos Escritores 50+ Elisa Mariz Rastros

Rastros, reflexões sobre o envelhecimento, por Elisa Mariz 

Chega de viver do passado, da memória do que se foi. Muitos perderam a identidade porque eram conhecidos pelo que faziam, não pelo que eram. A nova e última fase da vida deve oferecer a oportunidade de dedicar tempo à lapidação do eu, de ser mais livre, de concluir projetos engavetados, criar novos, mostrar competência e destruir os estereótipos de seres incapazes e obsoletos.

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Clube dos Escritores 50+ Patricia Marchese autora convidada Vesícula.png

Bye bye vesícula biliar, por Pricila Marchese, nossa autora convidada

A finitude me perseguia. Comi a última bolacha do pacote. Judith, a gata, fez companhia durante minha caminhada na esteira, com os olhos fixos e apaixonados como nunca. Terminei algumas crônicas que estavam em andamento . Será mesmo que vou desta para melhor? Chegando ao hospital, fomos encaminhados ao quarto.Coloco aquela camisola que mais parece o traje perfeito para a entrada no reino dos céus.

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Clube dos Escritores 50+ Elisabeth Ferroni Moça branca autora convidada

Moça branca da cidade, por ELISABETH FERRONI, nossa autora convidada

Wekanã tenta mergulhar a cabeça, limitado pelas boias de braço que coloco todas as manhãs, receosa de que meu filho se afogue em mar sem ondas. O esforço vale a pena pelo sorriso que me devolve. Pele morena avermelhada, olhos grandes pretos, cabelo preto liso, franja curta. Corte tipo tigela, era como eu e minhas colegas de faculdade costumávamos chamar aquelas cabeças indígenas na primeira vez que cheguei por aqui.

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Clube dos Escritores 50+ Elisa Dias Batista Autora convidada Jokinha

Jokinha e eu, por Elisa Dias Baptista, nossa autora convidada

Eu e Jokinha temos rituais alimentares que deixam a cerimônia do chá no chinelo. Ou melhor, sendo mais modesta, criamos apenas uma versão infanto-ocidental para esse demorado, sofisticado e tradicional ritual. A nossa cerimônia do cafézinho brazuca é pautada com a mesma exatidão que o relógio que faz tic tac e com o cuidado com que o coração faz tuc tuc. Mesa pronta. As vaquinhas da toalha sorriem pra gente mugindo bom dia. Confortavelmente sentado no cadeirão verde e abóbora, Joka veste seu milenar pijama de ursos.

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Clube dos Escritores 50+ Thaty Marcondes Viver sozinha aos 60

#autoraconvidada
A difícil arte de viver sozinho…depois dos 60
por Thaty Marcondes

Envelhecer é um treco complicadinho mesmo, principalmente quando se é sozinho. Como dizem por aí, realmente é a idade do Condor: dói tudo, além da lei da gravidade e da gravidez (no caso das mulheres) surtirem efeitos drásticos nessa época. Nem o botox disfarça mais as olheiras: “Seu caso é de plástica” – diz a dermatologista.

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