CARAMELO, por Lourdes Gutierres

Já não há mais gente por aqui, não há mais casas, só se enxergam os telhados.
E, em um deles, o cavalo sustenta seu corpo, tenta se equilibrar na superfície
inclinada, seu olhar se estende no mar barrento e, entre tantos objetos arrastados, o corpo de um homem segue inerte nos tropeços das ondas. A noite tinge de tristeza o coração do cavalo em cima do telhado, sente frio, fome, mas precisa estar atento, patas firmes, olhos abertos.