Em memória de Gonçalves Dias
Minha terra tinha palmeiras
Aonde cantava o sabiá
As vozes que lá cerceiam
Não gorjeiam como as de cá
Nosso céu sem mais estrelas
Nossas várzeas são horrores
Nossos bosques não têm vida
Nossa vida só clamores
Em pesadelos, e só à noite
Torpezas encontro eu lá
Minha terra teve palmeiras
Onde cantava o sabiá
Minha terra tem dissabores
Que nunca encontro eu cá
Em sofrer – sozinho à noite
Só corrupto encontro eu lá
Minha terra teve palmeiras
Onde cantava o sabiá
Não permita Deus que eu morra
De Covid se for eu lá
Para que viva sem pavores
Como bem vivo eu cá
Livre-me de todos horrores
Que terei se for eu lá…
Eder,
você se exilou no paraíso.
Adorei o poema.
Vou me exilar também!
Um novo ano com muita poesia!
(Canção do exílio, Gonçalves Dias)
querido Eder, poesia e humor refinado nos alenta e dá forças para suportar, vamos ouvir os sabiás, enfrentar os temores, soltar imaginação aos quatro ventos
Éder, tenho saudades da terra de cá quando o sabiá (só ele) cantava meio destrambelhado. Hoje tem muitos sábios destrambelhados. Adoro o seu humor e fineza. Muito grato também por me fazer lembrar de Gonçalves Dias. Vocês dão forças para enfrentar essa barra.