Clube dos Escritores 50+ Escritores maduros

#boasleituras
Escritores maduros que você precisa conhecer

Não tem como tirar férias sem a companhia de um bom livro, concorda? E esse foi um grande ano para os autores do Clube. Foram várias incursões no mundo do impresso, lançamentos que, com certeza, você vai curtir conhecer. 

Por isso, passeie comigo pelas sugestões de leitura aqui do Clube dos Escritores 50+

Bettina Lenci, 2016-2023, Contos e Novelas, editora Patuá

Bettina Lenci, 2016-2023, Contos e Novelas, editora Patuá
Bettina Lenci tem alma de fênix. Empresária, fotógrafa, escritora, ela se faz e refaz ao longo do tempo. Dizer “e não somos todos assim” não diz tudo dessa autora de múltiplas faces. Bettina transforma o tempo em lembranças tão minuciosas que parecem fotografias. Seu livro, 2016-2023, Contos e Novelas, explora esse universo das memórias, do tempo que se desdobra em histórias. Bettina é uma grande contadora de histórias. Seu livro reúne uma produção fértil construída ao longo de sete anos. São histórias curtas, curtíssimas e agudas, alternando-se com novelas. Nos relatos, personagens e narradora se fundem, confundem, trocam impressões, depois seguem cada um em sua trajetória. E o tempo, sempre ele, comandando o ritmo da narrativa. Uma bela companhia de férias. Leia e depois conte aqui qual sua história favorita. 

Mulheres, de Sylvia Loeb, publicado pela editora Ofício das Palavras.

Mulheres, de Sylvia Loeb, editora Ofício das Palavras.
Um passeio da imaginação pelos labirintos do universo feminino. Não são personagens que aparecem no livro, são seres femininos, envolvidos no viver miúdo, corriqueiro, mas intenso e surpreendente.

Meio Ambiente, uma sátira, de Zulmara Salvador, também publicado pela Ofício das Palavras.

Meio Ambiente, uma sátira, de Zulmara Salvador, também publicado pela Ofício das Palavras.
Como a própria Zulmara define, o livro é fruto puro de uma imaginação fértil e doentia, uma obra de ficção. Mas pelas vozes dos personagens, nos convoca a questionar certos preceitos sobre o que é meio ambiente e a forma como os seres humanos existem nesse contexto.  Zulmara Salvador, socióloga e mestre em Antropologia, é nova no clube, adiante você vai conhecer seus contos. 

A geometria flutuante das águas, de José Carlos Peliano, edição do autor.

A geometria flutuante das águas, de José Carlos Peliano, edição do autor.
Peliano também é estreante no Clube e você vai poder conhecer um pouco do trabalho desse economista convertido em poeta lendo esse livro que, na verdade reúne dois: Tetraedo e Águas Emendadas. Ambos, tiveram menções honrosas no Prêmio Jorge de Lima de 1993. Anderson Braga Horta, jornalista e poeta consagrado com vários prêmios, define “o notável poder de sua fantasia e imaginação imprime a seus versos um sabor de fonte, de juventude”. Gostei tanto disso! Transcrevo um dos meus poemas favoritos pra você:

Mundimundo
(Para Carlos Drummond de Andrade)
faço minhas as palavras do poeta:
uma “selva de rinocerontes avança sobre as cidades”

é preciso ter pressa
alcançar as páginas seguintes
e ler poemas de amor em voz alta

antes que as colinas escureçam
e passemos a ter medo de nós mesmos

É ou não um chamamento de “fonte”? De beber do essencial…


 

As Velhas, de Adília Belotti, ganhador do PROAC em 2022 e publicado pela editora Jandaíra.

As Velhas, de Adília Belotti, ganhador do PROAC em 2022 e publicado pela editora Jandaíra. 

São contos sobre velhas, claro. Há menos de uma década, seria um livro impensável sobre personagens improváveis, no mínimo, desinteressantes. Quem quer saber de velhas, afinal? Hoje, as mulheres mais velhas ocupam as ruas e linhas da cidade, colorem as telas, desafiam sua invisibilidade e experimentam contar suas próprias histórias. 

Dezoito etnias à deriva, Blanche de Bonneval, da editora Ofício das Palavras. 

Dezoito etnias à deriva, Blanche de Bonneval, da editora Ofício das Palavras. 
Blanche viveu e trabalhou durante décadas naqueles lugares do mundo que convocam a imaginação de gente como nós, gente “da cidade”. Poderia, talvez, ter se entrincheirado atrás das mesas dos escritórios, mas Blanche tem alma de Indiana Jones. Nada nas suas vivências é trivial e, além de viajante destemida, é uma maravilhosa contadora de histórias que falam de estranhezas fascinantes e de belezas raras, ainda não descoloridas pelas paisagens urbanas. 

 

Os óculos do poeta e outras crônicas de circunstâncias, de Luciano Alberto de Castro, da editora Kotter. 

Os óculos do poeta e outras crônicas de circunstâncias, de Luciano Alberto de Castro, da editora Kotter. 
Contos, histórias….aqui no livro de Luciano são as crônicas que saltam das páginas para falar do mundo, de nós, embrulhados em nossas circunstâncias. O bom cronista se faz no olhar e Luciano usa seus óculos de poeta para descrever trivialidades, detalhes, que descobrem e revelam avessos.  Está com saudades de crônicas? Abra Os óculos do poeta e navegue sem pressa por lá. Tive o privilégio de escrever a orelha do livro e transcrevo para você.

O que torna um cronista genial? Não é a maestria da língua, sequer a mais primorosa construção de texto. Não. A medida aqui é outra. O cronista genial nasce no olhar. Na capacidade de transformar fatos e fenômenos em histórias. Em boas histórias. Arrancar as experiências da sua trivialidade, cavoucar o cotidiano em busca de sua estranheza ― esse é o desafio do cronista. Nas mãos do bom cronista, a manchete de jornal é apenas a ponta de um fio que alinhava real e imaginado. Não à toa, o livro de Luciano Alberto de Castro chama-se Os óculos do poeta, porque essa é a ferramenta do cronista: as lentes que esquadrinham aquilo que se vê, em busca daquilo que está lá, mas o passante distraído não percebe. Também não por acaso, Os óculos do poeta são crônicas de circunstância. Circunstâncias são as coisas jogadas no tempo, situações embrulhadas na sua existência apenas ocasional que ganham uma nova realidade na escrita do cronista. Luciano Alberto de Castro é um cronista genial, que alia o olhar agudo e perceptivo ao “sentimento do mundo”, como teria descrito Drummond, caso tivesse nas mãos essa coleção de crônicas.


 Quer saber o que pensam, sentem e fantasiam os maiores de 50, 60, 70, 80 e mais diante da tela e do papel? Vem descobrir

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