Clube dos Escritores 50+ Carlos de Castro Santana Mestra Museu de Arte Sacra de São Luis do Maranhão

#avozices
Avó Mestra, por Carlos de Castro

Santana é nome de bairro, de linhas de ônibus, estação do Metrô, de cidades. Muitas cidades: Do Livramento, de Parnaíba, Feira de Santana. Conheci até a minúscula Santana da Ponte Pensa, lá para os lados do Rio Paraná. Está também no nome das pessoas, como Sérgio Santana, grande escritor brasileiro. Evidentemente nomeia a própria santa, embora a maioria das pessoas não se dê mais conta disso.

Fui apresentado agora a uma nova variante: a Santana Mestra. Apareceu para mim num Museu de Arte Sacra. Primeiro numa bela escultura de madeira, entalhada e policromada, criada por artista do século XIX a serviço da Igreja. Logo em seguida na sessão de “imagens populares” há uma Santana Mestrinha: uma pequena escultura de madeira escura que chega a lembrar uma “Buda”. Ou seria uma gorda “baiana”? De artista desconhecido, anônimo, a estatuazinha está ali, junto a outras expressões de sincretismo religioso como um São José Preto Velho e uma Nossa Senhora Índia.

Ademais, fiquei sabendo que a tal Santana Mestra é a padroeira das avós. Não é para menos: sendo ela mãe de Maria, seu neto era o próprio Jesus Cristo. Taí, nas suas parábolas, Jesus deve ter incorporado as muitas histórias que ouviu da avó na infância. Não duvido nada. Veja uma avó ‘trabalhando” com seu netinho ou netinha: há momento mais divino?

Por isso, Santana que me desculpe, mas me parece mais certo inverter a tradição: as Avós Mestras é que deveriam ser padroeiras das Santas. Por que não?

Cabe aos escultores do mundo resolver essa questão: criem suas Avós Mestras: jovens, de óculos ou não, lindas e santas por si só.

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