Meu coração encontra-se do lado direito. Ele deveria ser oco, como o de todos humanos, mas o meu é preenchido com forças
Continuar lendoMinhas mãos,
por Sylvia Loeb
Na parte final da extremidade do meu corpo chamada braço tenho uma mão. Do outro lado também, pois tenho dois braços. Vou
Continuar lendoMeus medos,
por Sylvia Loeb
Assim que botei a cabeça pra fora do corpo da minha mãe, senti medo. Barulho ensurdecedor, luz violenta, frio de matar. Queria voltar
Continuar lendoMeus seios,
por Sylvia Loeb
O tédio era grande. Fazer o quê? Botar fogo na lata de lixo? Tirar o peixe do aquário e jogar pro gato?
Continuar lendoMeus ossos,
por Sylvia Loeb
Temos linhagem diferente, mas a mesma origem, basta olhar com atenção para notar que pertencemos à mesma família. A minha formação é
Continuar lendoMeus pelos,
por Sylvia Loeb
Nasci com uma penugem que cobria todo meu corpo. Lembro de minha mãe me assoprando, os pelos levantavam e faziam cócegas. Eu
Continuar lendoMinha voz,
por Sylvia Loeb
Tenho 80 anos e minha voz é a de uma menininha. Meu documento pessoal e intransferível. Lembro-me que quando comecei a falar
Continuar lendoMinha pele,
por Sylvia Loeb
Minha mãe nunca me deixou tomar sol, estraga a pele, menina. Enquanto outras crianças corriam ao ar livre, tomavam banho de mar,
Continuar lendoMeu nariz,
por Sylvia Loeb
Meto o nariz em tudo. Dizem que sou metida, mas de fato não sou, não me interesso pelos outros, nem pelo que
Continuar lendoMinhas orelhas,
por Sylvia Loeb
Minhas orelhas são um chamariz; nelas penduro adornos de todos os tipos, brincos de pedras preciosas, pedaços de ricos metais. Tenho vontade
Continuar lendoMeu olho,
por Sylvia Loeb
Meu olho é uma grande boca através da qual devoro o mundo. Absorvo tudo. Beleza e feiura. Muitas coisas não quero ver,
Continuar lendoMeu umbigo,
por Sylvia Loeb
Nasci ligado a um cordão que me conectava ao corpo de minha mãe. Usina de processamento ininterrupto, ela me alimentava de nutrientes
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