Ela está aqui, clarinha, pequeninha, palpitante, ameaçada pela minha presença. Não me mexo, não quero assustá-la. Não temos ideia do nosso tamanho diante dos pequenos.
Continuar lendoO menino e o pernilongo,
por Sylvia Loeb
O menino pergunta:
minha mãe morreu?
Não.
O menino pergunta:
minha mãe está encantada?
Sim.
O viajante,
por Sylvia Loeb
Sempre me entreguei ao sono, seduzida, uma força irresistível que apagava o meu mundo. Jamais me perguntei para onde ele me levaria ou se me
Continuar lendoO coveiro,
por Sylvia Loeb
A enxada na terra, o barulho seco. O som surdo na tampa do caixão. Cava o buraco de um lado, faz um monte do outro,
Continuar lendoDesculpe, dei o melhor de mim,
Sylvia Loeb
Foram selecionadas duas plantas da mesma família: uma grande, na flor da vida e outra, semente em botão, a vida germinando.
Continuar lendoEm construção,
por Sylvia Loeb
A estrutura é complexa. Desde a origem, a presença de dois centros de força. Um no topo, abrigado dentro de um cilindro com paredes reforçadas, por proteção.
Continuar lendoLivro Mulheres,
de Sylvia Loeb
“Me chamo Sylvia Loeb, nasci em São Paulo, sou psicanalista e escritora.Tenho quatro livros publicados: Contos do divã: pulsão de morte e outras histórias (Ateliê
Continuar lendoO olho e ela,
por Sylvia Loeb
Sentou-se no último banco livre do metrô. Grávida de oito meses, não precisaria ceder seu lugar a nenhuma idosa. Suspirou algumas vezes, estava cansada, a
Continuar lendoJoguinho matinal,
por Sylvia Loeb
“Coluna Infinita”, do artista romeno Constantin Brâncusi. É um joguinho que me ocupa todas as manhãs assim que me levanto da cama. Há anos. A
Continuar lendoOs donos da rua
Festa na rua,
por Sylvia Loeb
Escolheram o melhor lugar de São Paulo, uma região antiga, perto da estação de trem, onde foi construído um imenso templo de música. Do outro
Continuar lendoO dia deles,
por Sylvia Loeb
Nunca conseguiram viver juntos, nunca conseguiram se separar.À paixão mais selvagem seguia-se o ódio mais extravagante, juras de amor se transformavam em palavras ferozes. Ficavam
Continuar lendoOs donos da rua
A dona da rua, por Sylvia Loeb
Lábios imensos, carnudos, dobravam-se para fora da boca feito pétalas maduras de flor vermelha desabrochada. Caminhava com passadas largas, pra lá e pra cá, ao
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