Amo tua palavra crua/ Teus versos com gosto de chão/ Tua prosa decidida, arcaica, vigorosa/ Amo tua palavra reta, sertaneja, cheirando a flores do mato/ Tua palavra fácil, água corrente, limpa e ligeira sobre as pedras do riacho
Continuar lendoLuciano Alberto de Castro, sobre mineirices gerais e abstratas
Erroneamente atribuído a Drummond, o poema “Ser Mineiro” foi escrito pelo patrocinense José Batista Queiroz e é uma ode ao jeito mineiro de ser (acho que Drummond não seria mesmo tão generoso)
Continuar lendoRÉPTEIS NÃO VOAM, certo?
por Luciano de Castro
Rasteja! | Aceita tua condição de réptil | Eu sei dos teus assomos de querer voar | Sei dos deslocamentos velozes quando teus dedos lestos apenas tocam o chão |São até nobres, mas inúteis, pois logo tu te cansas e te deténs e voltas a rastejar
Voltas a raspar tua barriga branca na terra marrom e áspera. Rasteja!
OBITUÁRIO USUAL,
exercício com câmera por Luciano de Castro
Encontraram uma mulher morta/
Na esquina da rua 5 com Avenida Goiás/
Era uma moça morena, bonita e estava grávida
Luciano de Castro e o zênite
zênite
substantivo masculino
1. ASTRONOMIA
ponto da esfera celeste diretamente oposto ao nadir, que se situa na vertical do observador, sobre a sua cabeça.
2. FIGURADO
o ponto ou grau mais elevado; apogeu, culminância.
PASSEIO IMPÚBLICO, de Luciano de Castro
Anda, meu velho/Vem andar comigo que eu te empresto meu braço/Não se moleste com seu passo claudicante, traga sua bengala de castão prateado /Não se lastime da visão deteriorada, ponha seus óculos de fundo de garrafa e vem
Continuar lendoQUASE, poema de Luciano de Castro
Aprendi que tudo é meio, tudo é quase, tudo é parte
Continuar lendoPRESENTE DO PRETÉRITO,
poema de Luciano de Castro
Hoje é dia dos tempos verbais destroçados
Da comemoração abortada
Da taça de vinho vazia[…]
#poemaemprosa
Valsa de Rimas Inconstantes
de Luciano de Castro
Por vezes me pego meio assim-assim. Não querer falar, nem ler o pasquim. Não quero escutar nem Gabi Melim. Não quer cheirar nem flor de jasmim. Chego a renunciar uma mesa de bar na Gal San Martín.
Continuar lendoCOMPARTIMENTOS,
poema de Luciano Alberto de Castro
Não saberia dizer, num ato, quem sou eu/E acho que nem existe, de fato, esse eu entidade única/Em mim, por exemplo, há vários deles, coexistindo desarmonicamente[…]
Continuar lendoHASSAN E JACOB, por Luciano de Castro
De onde vens?/Venho do norte, do porto de Sidom. /Que fazes por estas bandas? /Compro, vendo, negocio. Ando pelas estradas a mascatear. /Como te chamas?/Hassan./Sou Jacob! […]
Continuar lendoLuciano de Castro às voltas com o cavalo que tinha medo do mar
No porão, entre sacos de mantimentos e caixas de azeite, dormitavam homens pretos, vacas, porcos, galinhas e um puríssimo-sangue lusitano, belo, triste e finalmente dócil […]
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