Havia sempre um aroma convidativo no ar. Essa alegria de fazer para os outros me contagiava. Ficar na cozinha era um verdadeiro prazer. E poder ajudar era quase celestial. A colher de pau estendida com a mão de uma delas por baixo, a segurar, para não vazar, o caldo que escorria para dentro da boca, à espera, em coro suspenso, do seu veredito – “mais sal” ou “menos sal” – me colocava no Olimpo da culinária judaica.
Continuar lendoPor um fio …
crônica de Lilian Kogan
Por um fio de cabelo, a vida da iraniana Mahsa Amini foi apagada. Um espancamento brutal pela “polícia dos bons costumes”. Tinha vinte e dois anos. Morreu por uma mecha de cabelo que ficou de fora do véu islâmico. (…) o lembrete escrito a sangue fresco para que todas as mulheres daquele país prestem atenção quando uma dentre elas não cobrir seus cabelos
Continuar lendoLilian Kogan e Chanukah, a Festa das Luzes
#celebração
Certo dia perguntaram ao sábio talmúdico Hillel, “por que não se poderia acender já nos primeiros dias todas as velas?”, ele observou que o ser humano tem, nesse gesto diário por oito noites, a oportunidade de trazer a energia do genuíno, daquilo que é verdadeiro, com serenidade, um dia após o outro; uma noite após a outra, em meditação.
Continuar lendoLilian Kogan às voltas com sincronicidades
Histórias como essas sempre me fascinaram, eu tenho uma coletânea delas. Quando menina, as chamava de magia do destino, e, no fundo, de uma forma mais simples, acho que é isso mesmo; uma força do universo atua para que as pontas soltas se juntem. Porque se não pegássemos o elevador naquele exato momento, não estivesse o médico a passar por lá naquele exato momento, nada disso teria acontecido. Que viagem é essa no tempo?
Continuar lendoCuriosidades Catalãs de Lilian Kogan
Era o início de uma agradável e iluminada noite de verão. As ruas repletas de jovens com taças de cava em uma mão e o Dju – a coqueluche do cigarrinho eletrônico de sabores exóticos vendidos em todas as esquinas – na outra. Crianças equilibrando bolas de sorvetes coloridas que já escorriam pelos dedos; velhinhas de braços dados rindo alto
Continuar lendoLilian Kogan enfrenta uma estranha
tempestade de areia no Douro
Tempestade de areia, embaçamento da visão, são os tempos em que estamos vivendo. Sonâmbulos atrás de um entorpecente que nos redima da falta de consciência de nos posicionarmos com lucidez.
Continuar lendoTzípora, de Lilian Kogan
O que é ser judia para você? pergunta, de supetão, uma amiga.
Uma pergunta cuja resposta é autografada por tantos antes de mim, mantida intacta por séculos, sendo eu apenas um fractal dessa continuidade.
Há que se ter muito cuidado em analisar a história de um povo que fez do seu legado sua resiliência.
Mas uma coisa da minha história eu tinha para falar.
Continuar lendoLilian Kogan e os gritos que não são ouvidos
Uma amiga francesa morou no Afeganistão no final dos anos 60, levada por um amor afegão que conheceu na França. O sonho dele era apresentá-la à família
Continuar lendoo Pessach, a Travessia, reflexões de Lilian Kogan sobre um tempo de passagem
…E para que ele desperte, você tem de fazer a travessia. E ela é solitária, mesmo que seja em um grupo. Ter coragem é poder sair desse lugar estreito – o Egito, Mitzraim em hebraico, cujo significado é um lugar estreito, que não pode mais nos conter – para uma Nova Terra. […]
Continuar lendoO filho hackeado, crônica sobre golpes e… coisas de mãe, por Lilian Kogan, estreando no Clube dos Escritores 50+
Recebo o já batido golpe do WhatsApp: oi, tudo bem? Anota meu número novo, o outro vou deixar só pra trabalho, tá bom? […]
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