Poesia é vaso cheio
De elocubração vazia?
Ou elocubração cheia
De sentimento vazio?
Seria ela de emoções contidas
E lindas imagens que induzem
Inebriando se cantadas ou lidas
Ou são enganos que seduzem?
Poesia é vaso cheio
De elocubração vazia?
Ou elocubração cheia
De sentimento vazio?
Seria ela de emoções contidas
E lindas imagens que induzem
Inebriando se cantadas ou lidas
Ou são enganos que seduzem?
Um amigo meu, professor de biologia, me assegura que entende tudo da
língua dos pássaros, como por exemplo a dos corvos, animais muito
inteligentes e loquazes. Assumo que tenha me contado a verdade pois é um
bom cientista e ateu, e não acredita em disco voador de outro planeta. Contou
que ouviu essa conversa de um corvo da floresta com um corvo conterrâneo
que nunca saíra dela, mas que desejava muito conhecer como vivem os seres
bípedes nas cidades
Foi hoje notícia
De muita tristeza
Morte atropelada
Na esquina, o lar
Onde foi achada
Famosa princesa
Autoproclamada
Era uma lágrima
Nascida sofrendo
Desde sua partida
Logo se perdendo
Toda ressequida
Naquele tempo ajudei ao médico interiorano
sangrá-lo para “curar” a hemorragia cerebral
cortando uma artéria de seu pulso à direita,
então, enchendo de sangue a grande tigela.
Por isso sou médico.
(Para Bernardo P. Quintão)
Tece criança uma prece/Ao sol que paira perene/Grata quando amanhece/À luz que fornece solene/Sempre que à terra desce/E a noite logo esmorece
A tabela “científica” mostra que a lei é notavelmente igual para todos, tanto assim que, embora sejam identificados como eleitores bastante diferentes – no sentido de que não votam nos mesmos candidatos – eles são muito semelhantes em alguns pontos (mostrados em “bold”), obviamente cruciais, o que é fundamental para melhor distingui-los. Isso fica muito claro nos exemplos compilados na tabela abaixo salientando a irrelevância das diferenças frente ao império da igualdade que os aproxima tanto (asterisco no rodapé, embora menos relevante, no item que permite distingui-los mais claramente).
Continuar lendoPara os que nunca ouviram dela. Não era no exterior: era aqui mesmo, e longa, contornando dois corredores do hospital. Apensos aos postes hospitalares, refletindo
Continuar lendoTodos temos nossas impressões machadianas. Como a minha. Quando trabalhava na Rockefeller University, em Nova York, na década de 1960, conheci a esposa de um estudante que se apresentou numa festa como sendo neta de Thomas Mann. Estudava literatura. Perguntou-me se conhecia o maior escritor da língua portuguesa, um tal “Mequeido”. Espantou-se muito quando respondi que não conhecia. Prudente, pedi que soletrasse “Mequeido”: era M-A-C-H-A-D-O!
Continuar lendoPor onde andas tu oh Noé?
Chamam-no do distante sul
Lá pela serra do rio grande
Onde o céu não anda azul
Na primavera
Com carinho dela
Fui nela
Concebido
E nasci
Vou rir, rir
Rir para expelir
Lágrimas de ontem
E as que logo nascerão
Daquela tristeza de amanhã
Se não herdar lábios sabendo rir