(Re)conhecido,
por Vera Celms

Conheci águas profusas 

Com olhos embaçados e visão turva 

Justo na hora em que me afogava 

Reconhecia agora  

Conheci loucas ventanias 

Com os olhos semifechados e lacrimejantes 

Justo na hora em que fugia com medo 

Reconhecia agora  

Conheci escuridão profunda

Com olhos arregalados, querendo enxergar 

Justo na hora em que estava perdido e só 

Reconhecia agora  

Conheci a violência das ruas vazias  

Com olhos assustados, sem querer ver 

Justo na hora de dormir, eu o caminheiro 

Reconhecia agora  

Conheci o sono profundo doente entorpecido 

Com olhos pregados para não encarar    

Justo na hora que a loucura deprimida me partia 

Reconhecia agora  

Conheci sensações ebulientes 

Com olhos apertados e olhares difusos 

Justo na hora que me bolinavam, me abusavam 

Reconhecia agora   

Não soltamos pipas em pulsos cortados 

Não remamos contra o estouro da boiada 

Mas, até o que os olhos não viram, não deixamos de sentir 

Reconheço agora  

3 comentários

  1. Vera,

    li seu poema (“Re)Conhecidos.
    Gostei muito.
    sério e profundo como quando se vai dormir
    recordando sobre a vida que já foi.

    um abraço

  2. Boa Noite Minha querida e amada Vera .
    Parabéns por todos os Poemas que nos entrega de presente com tudo de maravilhoso que nos faz vivenciar.
    AMO TODOS e esse mais um poema lindo. Deixo aqui o meu carinho e um grande beijo no teu Coração.
    Abraço Lady

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