Persistência da memória,
por Sergio Zlotnic

Confira abaixo um fragmento do monólogo Estrabismos, do autor aqui do Clube dos Escritores, Sergio Zlotnic, que aconteceu no último dia 15, em São Paulo! Esse já passou, mas outros virão!

Cortei o dedo numa folha de papel. Botei um esparadrapo ali. Depois de três dias, tirei o esparadrapo. Mas ele continua lá.

Porque doía, botei bolsa de gelo no ombro. Depois de vinte minutos, retirei. Mas a bolsa continua ali.

Quando o amor acabou, tirei a aliança do dedo.

Mas ela continua ali...”

3 comentários

  1. uau! Que bacana!

    Verdade: mesmo colapsado, fiz o monólogo!

    Aqui vai só mais uma curta reflexão [do espetáculo]!

    Acidentes- não quero ser Polyana! mas os acidentes servem pra gente perceber os intervalos entre os acidentes. Pra gente se dar conta, por exemplo, da facilidade de cair – e do número extraordinário de vezes que a gente não cai!

    Mal entendido é a mesma coisa. Inacreditável que a gente [às vezes!] se entenda.

    Milagre também quando a gente encontra um amor…

    1. Perfeito, imagina se a gente subvertesse o fluxo ou o ritmo de todas as coisas dessa forma? Viveriamos mais leves os intervalos entre os milagres, entre os desencontros, entre os acidentes…zzlot, acho que se não for essa a chave da felicidade, a gente errou de porta…

  2. ps- é preciso dizer que, nesses versos de ‘persistência da memória’, em um ensaio, Tom Vieira teve participação essencial. de modo que considero ele coautor… [embora ele assim não se considere].

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