Se você recebe nossa newsletter mensal, sabe como a gente gosta de falar de livros. Nem sei se é possível alguém ser um bom escritor sem ser um bom leitor. Na última news, a partir da reportagem de Anna Virgínia Ballousier, Leia que eu te escuto, publicada na revista Quatro, Cinco, Um, falamos de leitura compartilhada, de ler em voz alta, de ler juntos. E esse mês, o economista e poeta José Carlos Peliano, fez um ensaio especial para o Clube dos Escritores 50+ justamente sobre esse tema: o amor pelos livros.
Por conta disso, resolvemos propor mais trocas sobre o tema: nossos livros. O que andam lendo os velhos aqui do Clube dos Escritores 50+? Fomos perguntar, vejam as sugestões e comentários a seguir.
O Colibri de Sandro Veronesi, editora Autêntica Contemporânea
Quem leu: Regina Valadares
Porque gostou: ” Nunca tinha ouvido falar nesse autor mas quando li que Ian McEwan considerou esse livro um romance magistral, não resisti. E que grata surpresa! Num mix de amor e drama O Colibri consegue ser engraçado, comovente e até levemente chocante, com uma cronologia que vai pra frente e pra trás a cada capítulo e deixa o leitor mais curioso pra saber o que vai a acontecer! Recomendo muito a leitura pra quem gosta de uma boa história muito bem contada.”
As primas, Aurora Venturini, Editora Fósforo
Quem leu: Regina Valadares.
Porque gostou: “Já no Prefácio, assinado pela escritora argentina Mariana Enriques, me encantei pela autora por causa de sua esquisitice. E quando comecei a ler As Primas não consegui parar. O livro é fininho mas tem uma força, uma sinceridade tão crua que chega a arranhar! A narradora conta a sua vida, a vida de mulheres fascinantes e desgraçadas pela pobreza e por alguma deficiência física ou mental ou ambas. E tudo num mundo áspero e cruel que magicamente te arranca boas risadas. Se te parece um livro pesado, posso afirmar que não é. Recomendo muito. Diferente de tudo que já li!”
Breve história do espírito, Sérgio Sant´Anna, Companhia das Letras
Quem leu: Carlos de Castro
Porque gostou: “Li o mês passado esse pequeno livro de contos. Em especial o conto que dá nome ao livro é muito bom: um escritor/ jornalista carioca, desempregado e na pior, vê suas perspectivas mudarem quando fica sabendo que será pai. Daí sai atrás de um emprego de redator para uma igreja evangélica. É hilário e ao mesmo tempo pungente. Demonstra a capacidade criativa e a qualidade de escrita desse grande escritor brasileiro falecido em 2020.”
Cem anos de solidão, Gabriel Garcia Marquez, Editora Record
Quem leu: Carlos de Castro
Porque gostou: “Estou acabando de reler esse clássico que havia lido há quase quarenta anos. Está sendo uma experiência incrível. Percebi que as lembranças que eu tinha da história eram deformadas ou superficiais e davam destaque desproporcional a alguns trechos. Enfim, é como se o livro tivesse sido reescrito. Essas releituras depois de um grande intervalo de tempo, quando minha cabeça já mudou muito, me confirmam uma verdade: são os livros que nos leem e não o contrário.”
O farejador de águas, Maria José Silveira, editora Instante
Quem leu: Carlos de Castro
Porque gostou: “Outro livro que li há pouco tempo e me surpreendeu. A escritora, goiana, radicada em São Paulo, traz uma história envolvente com personagens do Brasil profundo. Saídos da pobreza absoluta vão percorrendo a história – desde a Coluna Prestes, passando pela construção de Brasília e a ocupação e desmatamento do cerrado. Desnudam assim a persistência das desigualdades e as agressões ambientais.”
Gostou das indicações? Tem mais chegando….
Por onde se envia esses comentários p f?