Eu não queria ter largado o futebol no Maracanã, nem os amigos de todas as horas.
Não queria ter largado as danças inconsequentes e todas as suas consequências.
Nem queria ter largado praia, teatros, meu piano e as cantorias em volta da fogueira.
Tampouco queria ter parado de reger corais juvenis e de observar os corais das praias. E pássaros.
As cachoeiras, os rios e os lagos, nunca deveria ter largado, nem os meus ritos pagãos em nome de tantas entidades.
Não queria ter largado meus ritmos, minhas cores, muito menos meus amores .
Meus risos bobos e gargalhadas sem fim, para onde foram não sei. A confiança no futuro, no passado ficou.
Larguei os jantares e almoços em família pelos chopes com os amigos e se foram todos. Inclusive os chopes.
E o passado virou presente, o presente já é futuro e o futuro será hoje depois do almoço.
Tudo que passou, passou, mas não foi embora e, pensando bem, acho que nada larguei.
Ou isso tudo me largou, sem aviso, pela vida, tudo isso.
Que beleza! Consegui lembrar da nossa infância aí…
Bjs
Carlos, você escreveu um agradável texto de reminiscências cariocas.
Só não concordo que seja uma crônica, e sim um poema em prosa. Parabéns!
Obrigado!
Pois é Carlos, a vida é engraçada.: vamos perdendo, perdendo, largando, largando.
Mas só perdemos e largamos aquilo que vivemos.
Adorei seu texto!