Clube dos Escritores 50+ Luciano de Castro Olhos verdes png

Os olhos verdes de Copacabana,
crônica de Luciano de Castro
finalista do concurso Ruth Guimarães, da UBE

Que os cronistas vivem experiências surreais, isso é certo. Alguns as revelam, outros as escondem. Numa crônica de 1934, Humberto de Campos relatou a espirituosa conversa que tivera com um cãozinho vadio no Largo do Machado. Bem antes disso – no longínquo 1892 — Machado não conversou, mas entendeu perfeitamente a linguagem dos burros que puxavam o bonde em que viajava. Os dois muares especulavam sobre o destino que teriam com a chegada dos bondes elétricos. Isso mesmo, leitores: os beneditinos do cotidiano têm a faculdade de se comunicar com os bichos. É raro, mas acontece.

Continuar lendo
Clube dos Escritores 50+ Luciano de Castro Cazuza

CAZUZA, 7/7/77, crônica de Luciano de Castro

Um editor certa vez me disse que um bom texto começa com um bom título. Eu não sei se será o caso desta crônica (nem pelo título, nem pelo sumo) mas, de todo modo, o nome do artista famoso e a sequência de 4 setes foram empregados deliberadamente como artimanha pra chamar a atenção do leitor. Só que o engodo tem pernas curtas e já preciso revelar que não tratarei de fato extraordinário, envolvendo o roqueiro Cazuza, que tenha a ver com a numerologia do sete. O assunto aqui é pessoal e memorialístico.

Continuar lendo
Clube dos Escritores 50+ Luciano de Castro Flecha

#avozices #essesnossosnetos
FLECHA NOVÍSSIMA, por Luciano de Castro

(Para Ana Rita)
Esse negócio de escrever pra neto — nascido ou prestes a nascer — não é novidade na literatura. Basta uma olhadela no Google, e lá se encontrarão, aos montes, registros enternecidos de avôs e avós arrebatados pelo encanto da “avonidade”. Em 1980, Hélio Pellegrino escreveu um bilhete pro seu neto Francisco, que acabara de nascer. A amorável cartinha, donde roubei o título desta crônica, deveria ser entregue ao rapaz apenas na virada do século: dia 31 de dezembro de 1999, quando Chico estivesse com 20 anos.

Continuar lendo